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Professor suspenso depois de dizer que se alunos faltassem a Moral não podiam entrar em igrejas

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SESI SP / Flickr

O professor que enviou um documento aos encarregados de educação a avisar que se os seus educandos continuassem a faltar às aulas de Educação Moral e Religiosa Católica “corriam o risco” de não poder entrar em igrejas foi suspenso esta semana.

Os encarregados de educação dos alunos do Centro Escolar de Torrados, em Felgueiras, foram avisados pela escola de que os educandos tinham de frequentar as aulas de Educação Moral Religiosa e Católica (EMRC) sob pena de as faltas serem comunicadas à Igreja Católica.

De acordo com a edição desta terça-feira do Público, o professor do primeiro ciclo que enviou um documento aos pais e encarregados de educação do Centro Escolar de Torrados, foi suspenso esta semana das suas funções enquanto coordenador daquele estabelecimento de ensino.

Fonte do Ministério da Educação confirmou ao matutino que o docente foi impedido de continuar a desempenhar o cargo de Coordenador de Estabelecimento e que o Diretor do Agrupamento de Felgueiras, do qual o Centro Escolar de Torrados faz parte, “instaurou um processo de inquérito no estabelecimento para apurar os factos que levaram à emissão daquele comunicado”.

A Direção do Agrupamento e os encarregados de educação realizaram uma reunião que teve como objetivo explicar a situação. O Ministério da Educação garante que “ficou tudo esclarecido e os mesmos não demonstraram qualquer animosidade para com o docente”.

O diário teve acesso ao documento enviado. O coordenador Arménio Rodrigues explicava que os educandos tinham de frequentar a disciplina de EMRC uma vez que, “no ato da matrícula”, tinham feito essa escolha.

“A comunicação de não frequência do aluno é feita mensalmente para a base de dados da igreja católica portuguesa, correndo o risco de lhe ser barrado o acesso aos vários serviços disponibilizados”, lia-se no documento a que o Público teve acesso.

Na semana passada, em resposta ao mesmo jornal, António Madureira, responsável da Diocese do Porto que acompanha as escolas no que toca a esta disciplina, negou a existência de uma plataforma entre as escolas e a Igreja que registe as faltas dos alunos a ERMC.

Além disso, deixou ainda claro que um aluno que não se inscreva pode ir na mesma à catequese porque “a igreja é uma casa de porta aberta e a educação moral não é só para cristãos”.

ZAP //

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