Os produtos locais de Alfândega da Fé ajudaram a criar nos últimos três anos 30 postos de trabalho e ganharam a marca “Terras de Alfândega” com que a autarquia quer valorizar o que é típico do concelho.
A Câmara Municipal deu o impulso com um gabinete de apoio ao produtor que agiliza o licenciamento e encaminha projetos para “ajudar a criar postos de trabalho e a vender e a criar mais-valias com os produtos locais, mas também dar visibilidade ao território, atrair turistas”, como explicou hoje a autarca Berta Nunes.
Da cereja, ao queijo, amêndoa, compotas, fumeiro ou outros produtos regionais feitos em casa surgiram negócios organizados, que até então se deparavam com algumas restrições, segundo a autarca, que falava à margem da apresentação da Festa da Cereja, que decorre entre 06 e 08 de junho, em Alfândega da Fé.
Os produtores que quiserem podem utilizar o selo de garantia “Terras de Alfândega”, a nova marca chapéu do concelho transmontano, que obriga quem aderir a submeter-se a um controlo de qualidade.
“Temos vindo a trabalhar na valorização do saber fazer tradicional, (o que) corresponde ao licenciamento das unidades produtivas que já existiam, mas não estavam licenciadas e por isso não tinham uma marca, não podiam comercializar, mesmo nas feiras onde tradicionalmente se vendiam os queijos que eram feitos em casa, ou a compotas, o fumeiro”, concretizou.
O gabinete de apoio ao produtor ajudou a ultrapassar as burocracias legais e ali “as pessoas são orientadas em todos os passos de uma forma muito célere, podem licenciar uma atividade em menos de dois, três meses”.
O município já licenciou 15 cozinhas regionais e ao saber tradicional, Alfândega da Fé está também a acrescentar a inovação “de jovens locais que criaram novos produtos como a cerveja artesanal com cereja e outros produtos locais como castanha, mel, etc”.
No concelho surgiu uma nova empresa que pretende, a partir dos produtos locais, criar novas formas de os apresentar ao público e outra que vai valorizar um recurso endógeno que são os cogumelos silvestres e colocá-lo no mercado seco, transformado, trabalhar essa fileira, adiantou ainda.
“Significa pequenas empresas que criam um ou dois postos de trabalho, mas que todas juntas, depois podem criar aqui uma massa crítica e criar aqui emprego que pode fazer alguma diferença”, defendeu a autarca.
Este processo conta também com o gabinete de apoio ao empreendedor em parceria com a EDP, no âmbito do apoio da elétrica aos projetos na área de influência da barragem do Baixo Sabor.
/Lusa