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Procurador militar para casos de assédio suspenso por ataque sexual

SpeakerBoehner / Flickr

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O principal procurador do exército dos EUA para os casos de assédio sexual foi suspenso por alegações de ter apalpado uma advogada que trabalha consigo e tentado beijá-la, informaram hoje fontes militares.

Esta suspensão representa o mais recente embaraço para os militares norte-americanos, que se confrontam com uma série de ataques sexuais, o que já motivou vários apelos a mudanças radicais no seu sistema de justiça.

As alegações foram noticiadas em primeiro lugar pelo jornal Stars and Stripes e confirmadas à agência noticiosa AFP por dirigentes militares, que falaram sob anonimato.

As alegações envolvem o tenente-coronel Joseph Morse, que dirige o serviço especial da procuradoria para as vítimas de ataques sexuais, violência doméstica e crimes sobre crianças.

A advogada militar alegou que Morse a apalpou e tentou a beijar contra sua vontade.

Este alegado incidente terá ocorrido em 2001, num quarto de hotel, durante uma conferência jurídica sobre ataques sexuais, em Alexandria, no Estado da Virgínia, antes de Morse ser indicado para o seu atual posto.

Morse tinha sido o principal procurador no caso criminal contra o sargento Robert Bales, que se declarou culpado de um assassínio em massa de civis em 2012.

O caso permanece sob investigação e ainda não foi deduzida qualquer acusação.

“Podemos confirmar que este assunto está sob investigação e que o indivíduo em questão foi suspenso das suas funções e aguarda o resultado da investigação”, disse uma fonte militar, citada pela AFP.

“Uma vez que este é um caso aberto, estamos impedidos de fornecer qualquer informação adicional neste momento”, adiantou esta fonte, sob anonimato.

Relatos de ataques sexuais entre as fileiras militares norte-americanas aumentaram 60% em 2013, com responsáveis da defesa a explicarem o aumento pela maior confiança as vítimas em que os seus casos sejam tratados de forma consequente.

Cerca de 5.400 casos de ataques sexuais foram reportados no ano orçamental 2013 (01 de outubro a 30 de setembro), que comparam com 3.374 relatados um ano antes, segundo o Pentágono.

Uma série de casos de ataques sexuais entre os militares nos últimos dois anos ganhou tamanha notoriedade que o Presidente Barack Obama já exprimiu a sua condenação a este propósito.

O Congresso tem em agenda para a sessão de hoje a votação da retirada aos comandantes militares da autoridade para decidir se os ataques sexuais e outros crimes devem ir a tribunal.

/Lusa

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