Nacionalização da Efacec foi um fracasso. Pode custar 563 milhões ao Estado

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(dr) efacec.pt

“Nenhum dos objetivos foi alcançado”. Decisão de alto risco do Estado fez gastar mais 271 milhões de euros com a reprivatização — e encargo pode aumentar para 563 milhões. Estado é acusado de privilegiar o grupo Efacec.

A escolha da proposta vencedora da reprivatização da Efacec, da Mutares, aumentou o risco da operação e fez com que o Estado gastasse mais 271 milhões de euros, segundo a auditoria do Tribunal de Contas (TdC) ao processo.

No relatório hoje divulgado, o TdC conclui que o “Estado ao escolher a proposta com maior Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) introduziu risco à operação, uma vez que, para obter retorno futuro, mas incerto, gastou mais 271 milhões de euros”.

Esta decisão é “ainda mais arriscada por ficar dependente do sucesso do investidor vencedor em inverter a tendência de degradação do volume de negócios da Efacec e vender a empresa a médio prazo (em 5 anos), pelo menos, por 563 milhões de euros, como projetado pela Mutares”.

“A decisão do Estado em nacionalizar a Efacec não foi acompanhada da previsão do seu impacto nas finanças públicas e os objetivos da nacionalização não foram alcançados”, disse a entidade, num comunicado divulgado esta segunda-feira.

“Ainda há risco de efetivação à custa das finanças públicas”

No contraditório, citado no relatório, a Parpública citou a Direção-Geral da Concorrência europeia, que indicou que, “num caso de privatização, o Estado deverá atuar como um agente privado, relevando a perspetiva de retorno que orienta as decisões de investimento/despesa que possa tomar”, realçando a empresa pública que “a escolha de uma proposta que, embora envolvesse um menor investimento inicial não proporcionasse uma perspetiva de retorno, conforme auscultações efetuadas, reúne as condições para se constituir como um caso de auxílio de Estado”.

O TdC lembrou, neste caso, que, “além dos encargos incrementais, o processo de privatização da Efacec implicou também a conversão em capital dos valores aportados pela Parpública durante a fase da nacionalização para acorrer a necessidades de tesouraria e ainda há risco de efetivação de responsabilidades contingentes à custa, uma vez mais, das finanças públicas”.

Nas conclusões do relatório, o TdC deixou ainda críticas ao caderno da reprivatização, salientando que “foi menos exigente quanto à capacidade técnica dos potenciais investidores e os critérios de seleção não foram associados a ponderações, métricas e prioridades, o que, associado à falta de comissão especial de acompanhamento do processo de reprivatização, fez aumentar os riscos de discricionariedade e de parcialidade na apreciação das propostas”.

“Falta de transparência”: Estado privilegiou Efacec

Ainda segundo o TdC, o Estado privilegiou o grupo Efacec “ao criar uma linha de apoio Covid-19 específica e exclusiva para as suas empresas”.

“O processo enfermou de falta de transparência, visto o publicado não mencionar a Efacec, dando a aparência desta linha se destinar a qualquer ‘empresa sedeada em território nacional’ que cumprisse as condições estabelecidas, e as opções tomadas não estarem fundamentadas”, refere.

Segundo a entidade, não há ainda “evidência de a Parpública ter confirmado, como lhe competia, que o produto dos empréstimos não foi utilizado para pagar à Winterfell 2 e à MGI Capital”.

Quanto à MGI Capital, acionista minoritário da Efacec, esta “não acompanhou o Estado no apoio financeiro à Efacec, nem teve despesa com a reprivatização, em flagrante contraste com o encargo público”, criticou.

A entidade alertou para que “há risco deste encargo aumentar, face ao compromisso, assumido pela Parpública no Contrato de Compra e Venda de Ações, em substituir a MGI Capital, se esta não cumprir as responsabilidades decorrentes do acordo de transição celebrado, em 2015, com a Winterfell 2 e a Efacec, e em ressarcir a Efacec dos valores em dívida que venham a ser pagos por esta à MGI Capital”.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. O real problema é falta de responsabilização, enquanto a classe politica poder operar no lado escuro das leis que criaram para si.. vão faze-lo Sempre, a “nobreza” mundial e os seus testas de ferro andam a gozar com a população até ser tarde d+

  2. Estes artistas do PS são do melhor que existe para lixar a malta, cambada de corruptos e mamões sempre a lixar os contribuintes que trabalhão porque existe muitos também a mama..

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