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Escaparam de prisão brasileira 27 reclusos altamente perigosos

Escaparam na quinta-feira de uma prisão no nordeste do Brasil 27 prisioneiros altamente perigosos, depois de fazerem explodir parte das instalações com a ajuda de cúmplices externos à cadeia, informaram fontes oficiais.

Esta é a segunda fuga de presos em menos de uma semana no Brasil, um dos países com pior sistema penitenciário do mundo devido à superlotação e às más condições das cadeias, noticiou a agência Lusa.

A fuga foi registada durante a madrugada, por volta das 04:00 (horário local, 08:00 em Lisboa), em Limoeiro, município a 80 quilómetros de Recife, capital do estado de Pernambuco, quando 27 prisioneiros fugiram por um dos muros da instalação penitenciária demolida por dinamite, através da ajuda de cúmplices externos.

De acordo com as autoridades, um grupo de suspeitos fortemente armados causou a explosão que permitiu a fuga dos prisioneiros, mas a intervenção dos agentes penitenciários impediu que o número de fugitivos fosse maior.

O pavilhão atingido pela explosão abrigava uma centena de prisioneiros, todos classificados como altamente perigosos, segundo explicou à imprensa Paulo Uchoa, diretor da prisão onde ocorreu a fuga. Até ao momento, nenhum dos condenados foi recapturado e as autoridades continuam as buscas.

A prisão regional Doutor Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro, tem capacidade para 550 prisioneiros, mas atualmente abriga 1971, situação que já é comum em diversas instituições prisionais do país, onde a superlotação, as péssimas condições das instalações e o poder de fações criminosas no seu interior são os maiores problemas do sistema.

Também no domingo, 34 presos escaparam de uma prisão em Foz do Iguaçu, perto da fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai, no sul do país.

Dados oficiais indicam que cerca de 750 mil prisioneiros estão alojados nas prisões do país, número 76% superior à sua capacidade.

O surgimento do novo coronavírus, que já fez mais de 1,7 milhões de infetados e perto de 68.000 mortos em todo o país, complicou ainda mais a situação nas prisões brasileiras.

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), um órgão estatal responsável pela população carcerária, contabilizou cerca de 4.900 infeções por covid-19 e 62 mortes em prisões de todo o Brasil, de acordo com o último balanço oficial.

// Lusa

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