Nikol Pashinyan não resistiu. Depois de várias semanas de protestos contra o seu Governo, anunciou, este domingo, que vai deixar o cargo de primeiro-ministro em abril.
Quatro meses depois da derrota com o Azerbaijão na região de Nagorno-Karabakh e um mês depois de ter acusado o Exército de o tentar derrubar, Nikol Pashinyan anunciou que vai deixar o cargo de primeiro-ministro já no próximo mês.
“Vou demitir-me em abril – não para deixar o poder, mas para realizar eleições parlamentares. Continuarei como primeiro-ministro em funções”, disse o chefe de Governo. Segundo o Público, as eleições vão realizar-se a 20 de junho.
O cessar-fogo com o Azerbaijão abriu uma crise política. No acordo, mediado pela Rússia, Erevan permitiu a Bacu manter o controlo de um extenso território que conquistou nas seis semanas de combates no Nagorno-Karabakh.
O Azerbaijão ficou também com o controlo do estratégico Corredor Lachin, onde está situada a única auto-estrada que liga Nagorno-Karabakh à Arménia – algo que os arménios sempre recusaram ceder em todas as tentativas de negociação desde os anos 1990.
A 10 de outubro, dia em que foi alcançado o acordo, Pashinyan descreveu-o como “indescritivelmente doloroso” para si e para “o povo arménio”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Zohrab Mnatsakanyan, demitiu-se e os militares uniram-se aos manifestantes para defender a demissão do primeiro-ministro. Contudo, apesar de os protestos contra Pashinyan terem continuado, as manifestações em seu apoio também se tornaram mais numerosas.