Primeiro fundo 100% exposto a criptoativos em Portugal dá acesso a vistos gold

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“Detenha bitcoin e obtenha a nacionalidade portuguesa”. Já iniciou atividade o primeiro fundo com 100% de exposição a criptoativos em Portugal, elegível para obtenção de autorização de residência por investimento em criptomoeda.

O fundo chama-se Unbound, é gerido pela Green One Capital e já está registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Tem como objetivo captar até 30 milhões de euros.

O fundo dá acesso ao regime dos vistos gold, que atrai cidadãos de fora do Espaço Schengen, permitindo-lhes residir em Portugal e obter nacionalidade no espaço de 5 anos através de investimentos significativos, a partir de 500 mil euros.

É simples: “detenha bitcoin e obtenha a nacionalidade portuguesa”, anunciou Alessandro Palombo, criador do Unbound Fund, nas redes sociais.

Interesse cresceu muito, principalmente entre os mais velhos

Ao jornal Expresso, Palombo explica que o fundo vai investir em “empresas com potencial de crescimento na indústria de blockchain, que estão envolvidas em atividades como pesquisa, investimento, mineração, desenvolvimento de blockchain e de software”. A liquidez deriva “dos criptoativos, como o bitcoin”.

O interesse por criptoativos tem aumentado em grande parte devido aos sucessivos recordes do bitcoin, que em dezembro ultrapassou os 100 mil dólares.

O interesse “agora é muito maior e nota-se principalmente junto de pessoas mais velhas, na casa dos 50 e 60 anos”, diz Pedro Borges, representante da Mercado Bitcoin ao semanário.

Apesar de ser o primeiro totalmente exposto a criptoativos, o Unbound não é o primeiro com exposição.

O 3CC Portugal Golden Income, gerido pela 3 Comma Capital, apresenta uma alocação diversificada, incluindo 15% em criptomoedas, 15% em ações americanas e 70% em obrigações de empresas portuguesas. Em novembro, o fundo valorizou mais de 6%, segundo o Expresso.

Embora o Unbound seja o único fundo elegível para vistos gold com 100% de exposição a criptoativos, a 3 Comma Capital lançou também o 3CC Global Crypto Fund, focado exclusivamente em ativos digitais. No entanto, este último não se enquadra no regime dos vistos gold, uma vez que investe diretamente em criptoativos, sem cumprir os requisitos legais para maturidade e composição de carteira.

Como o fundo é elegível para vistos gold

Para que um fundo seja elegível para vistos gold, deve ter uma maturidade mínima de cinco anos e, pelo menos, 60% da sua carteira de investimentos deve incluir empresas portuguesas. Após este período, os investidores podem iniciar o processo de nacionalidade portuguesa, desde que cumpram requisitos de permanência em Portugal.

Com a recente atualização legislativa, concluída em outubro, os fundos ligados ao imobiliário perderam a elegibilidade para vistos gold, o que poderá aumentar o foco em fundos com criptoativos, acreditam os especialistas.

Em 2023, os fundos de investimento representaram 30% dos vistos gold emitidos, com um aumento de 45% face ao ano anterior. Contudo, no primeiro semestre de 2024, verificou-se uma desaceleração, atribuída à instabilidade política e às mudanças legislativas.

Ainda assim, espera-se uma recuperação na segunda metade do ano, impulsionada pela atratividade de Portugal como destino de investimento e pela eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, que poderá motivar norte-americanos a considerar a residência no país.

ZAP //

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