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Primeira menstruação antes dos 12 anos tem implicações na saúde da mulher

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Segundo um estudo publicado recentemente, ter a primeira menstruação antes dos 12 anos aumenta os riscos de desenvolvimento de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais na idade adulta.

A idade média da menarca situa-se por volta dos 12 anos, mas há casos em que aparece mais cedo, podendo ter implicações no desenvolvimento físico, psicológico e na saúde da mulher.

Estudos anteriores relacionavam a primeira menstruação à obesidade. Agora, a menarca precoce é relacionada com um maior risco de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.

De acordo com o Diário de Notícias, que cita um estudo observacional do The George Institute for Global Health da Universidade de Oxford, publicado em janeiro, os riscos de problemas cardiovasculares agravam-se quando a primeira menstruação surge antes dos 12 anos.

Segundo Margarida Dias, coordenadora de Medicina Familiar no Hospital CUF Descobertas, uma das consequências mais evidentes da menarca precoce “é uma estatura mais baixa quando adulta, pela alteração do crescimento do esqueleto, condição que pode implicar tratamento hormonal”.

Além disso, há maior incidência de obesidade infantil bem como o risco aumentado de hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral devido à exposição precoce aos estrogénios.

Acresce ainda os problemas na esfera psicológica. “Se fisicamente a rapariga se sente diferente dos amigos, psicologicamente não está no entanto preparada para ‘enturmar’ com crianças mais velhas, e isso causa alguns desajustes”, explica ao DN Marcela Forjaz, especialista e ginecologia/obstetrícia.

Em Portugal, a idade média da primeira menstruação é 12,88 anos, mas tem vindo a diminuir. A menarca depende de vários fatores “como a geografia, a luminosidade do país e da estação em curso, o estado de nutrição, a prática de desporto, a genética”, explica a ginecologista. Na Europa, no século XIX, situava-se nos 16/17 anos.

A menarca antes dos nove anos tem uma incidência de uma em cada cinco a dez mil raparigas. Mas Margarida Dias alerta para as consequências da menarca precoce e, sobretudo, para a necessidade de uma avaliação médica.

As preocupações da família, neste caso, prendem-se apenas com questões “relacionadas com a sexualidade e a prevenção da gravidez e com o mal-estar físico decorrente da experiência da menstruação”, frisa a especialista.

ZAP //

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