Não é só Biden: vários presidentes dos EUA (inclusive Trump) esconderam problemas de saúde

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Michael Reynolds / EPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

De Roosevelt a Joe Biden, vários governantes dos EUA enfrentaram problemas de saúde — de forma secreta ou pública — durante o mandato. Descubra quais foram e que doença enfrentaram.

As especulações sobre a saúde do presidente dos EUA Joe Biden não param, desde o seu desastroso desempenho no debate televisivo contra Trump.

Muitos “especialistas” deram os seus veredictos sobre a sua aptidão para um segundo mandato. Será que o presidente americano estaria a esconder demência? Não há como saber através de diagnósticos remotos.

Historicamente, os presidentes e os seus adversários não gostam de ser explícitos sobre a sua saúde. Presumem, com ou sem razão, que o eleitorado quer líderes fortes e saudáveis. Por isso, costumam manter-se calados — e isso pode gerar ainda mais especulações.

Ao fazerem uma revisão histórica, investigadores concluíram que vários presidentes esconderam as suas enfermidades ou minimizaram a gravidade das suas doenças.

No que diz respeito a Biden, as últimas informações oficiais divulgadas sobre o estado da sua saúde são do início deste ano.

Joe Biden (2021-presente): o “atestado de saúde”

Em fevereiro de 2024, a Casa Branca publicou o último atestado oficial de saúde de Biden. O texto afirmava que o presidente norte-americano tinha sido ou estava a ser tratado pelo seguinte:

  • Um carcinoma basocelular (removido)
  • Apneia obstrutiva do sono
  • Refluxo gastroesofágico
  • Marcha rígida

Kevin C. O’Connor, médico oficial de Biden, escreveu que o presidente é um homem de 81 anos “saudável, ativo e robusto, que continua apto a executar com sucesso os deveres da Presidência” e que não houve nenhuma descoberta de qualquer distúrbio neurológico.

Donald Trump (2017-2021): “Covid? Que covid?”

No segundo semestre de 2020, alega-se que, enquanto concorria à reeleição, Donald Trump esperou vários dias antes de revelar publicamente que havia testado positivo para covid-19.

A infeção de Trump com a doença respiratória foi posteriormente confirmada pelo seu então chefe de gabinete, Mark Meadows. A infeção por covid foi combinada com hipóxia, que é falta de oxigénio no sangue.

John F. Kennedy (1961-1963): doenças crónicas secretas

NASA / Wikimedia

John F. Kennedy foi diagnosticado com a doença de Addison na década de 1940 e sofria de dor crónica nas costas — resultado de um ferimento de guerra — mas geralmente só ouvimos falar do seu assassinato em Dallas, em 1963.

No entanto, a doença de Addison também poderia tê-lo matado. Kennedy negou rumores de que tinha a doença durante a sua campanha eleitoral em 1960, apesar dos sintomas visíveis, inclusive a descoloração da pele.

A doença de Addison pode ser uma forma grave de deficiência hormonal, quando as glândulas suprarrenais não conseguem produzir quantidade suficiente de determinados hormonas, inclusive o cortisol.

O cortisol, também conhecido como hormona do stress, é essencial para a vida. Se não for tratada, a doença de Addison torna-se fatal.

Dwight Eisenhower (1953-1961): problemas cardíacos

Dwight Eisenhower

O primeiro mandato de Eisenhower foi difícil. O presidente teve um ataque cardíaco em 1955 e foi operado de obstrução intestinal menos de um ano depois.

O secretário de imprensa revelou que Eisenhower havia sofrido um evento cardíaco, mas reduziu a sua gravidade ao descrevê-lo como uma trombose coronária “leve”. Desenvolveu um aneurisma ventricular, uma fraqueza do coração, que pode ocorrer após um ataque cardíaco. O facto foi mantido em segredo.

Mais tarde, depois de deixar o cargo, Eisenhower teve vários ataques cardíacos, um AVC e morreu de hipertensão e doença cardíaca.

Franklin D. Roosevelt (1933-1945): poliomielite

U.S. National Archives and Records Administration / Wikimedia

Franklin D. Roosevelt (esq) e Winston Churchill (dir)

Atingido pela poliomielite uma década antes da sua carreira presidencial, Franklin Roosevelt não conseguiu manter isso em segredo — pelo menos não totalmente.

O presidente usava aparelhos e muletas para poder ficar em pé no pódio durante os discursos. Mas a imagem de “FDR” na sua cadeira de rodas feita em casa e com um cão no colo é lendária.

FDR escondeu também uma doença cardíaca hipertensiva, insuficiência cardíaca e bronquite aguda.

Woodrow Wilson (1913-1921): derrame atrás de derrame

Diz-se que um derrame em 1919 deixou Woodrow Wilson não apenas fisicamente debilitado – ficou parcialmente paralisado – mas também emocionalmente debilitado pelo resto da sua vida.

Na verdade, Wilson sofreu vários derrames, que negou publicamente – o primeiro, em 1896, deixou uma fraqueza na sua mão direita. Outro afetou a sua visão.

O presidente também pode ter convivido com dislexia, que na época de Wilson era considerada uma deficiência, além de distúrbios psicossomáticos que não tinham explicação médica.

Theodore Roosevelt (1901-1909): a bala pode esperar

Theodore Roosevelt foi baleado num comício, mas continuou a falar em público durante 84 minutos antes de perceber que deveria procurar ajuda médica. Das duas, uma: ou subestimou a gravidade do tiro ou decidiu manter o facto em segredo.

Acredita-se que a bala tenha sido desviada pelo discurso de 50 páginas de “Teddy” e pelo estojo de metal dos óculos antes de perfurar o lado direito do seu peito. A bala ficou alojada entre a quarta e a quinta costelas.

Grover Cleveland (1885-1889 e 1893-1897): cirurgia dentária para cancro

Quando Grover Cleveland desenvolveu uma lesão cancerígena na boca, decidiu fazer uma cirurgia a bordo de um iate secreto. O anestesista era um dentista que também removeu dois dentes durante a operação, o que permitiu que a Casa Branca alegasse mais tarde que Cleveland havia feito um procedimento dentário de emergência e nada mais.

No entanto, a operação prejudicou a fala de Cleveland e resultou numa certa perda de audição. Mais tarde, foi dito que ele teve depressão e morreu de uma doença gastrointestinal complicada por uma doença cardíaca, que foi mantida em segredo até ao fim.

Abraham Lincoln (1861-1865): um tiro fatal

Alexander Gardner (1821–1882)

Abraham Lincoln, o 16.º presidente dos EUA

Especulou-se que Abraham Lincoln tinha síndrome de Marfan, uma doença genética que afeta o coração, os olhos, o sangue e o esqueleto. A síndrome de Marfan pode ser fatal se afetar o coração.

As especulações nunca foram confirmadas. O mais próximo da verdade foi o facto de Lincoln ter sofrido depressão. Mas, no final, foi assassinado com um tiro.

ZAP // DW

2 Comments

  1. Bem ….Biden , digamos (não falha uma) , a Idade é lixada . Mas quanto ao “Baby Trump” com o seu falar choramingas e o seu complexo Narcisista , não passa de un Oportunista e Vigarista , até se orgulhou do facto de saber fugir aos Impostos (para os leitores que se lembram ) desta declaração Publica . Portanto , esperamos para ver quem vai sair da Cartola nas próximas Eleições !

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