O presidente executivo do Novo Banco elogiou a sua equipa comparando-a com bombeiros que foram chamados a apagar um fogo e disse que há gente que se esquece disso, nomeadamente políticos, desde logo de que foi “fogo posto”.
No final da conferência de imprensa, em Lisboa, a propósito da auditoria da Deloitte ao BES/Novo Banco entre 2000 e 2018, António Ramalho fez questão de fazer uma intervenção final em que elogiou a equipa que está à frente do Novo Banco e que, segundo disse, foi chamada a fazer face a um fogo “extremamente perigoso”.
“Confesso que por vezes me custa que quer a comunicação social, quer comentadores, quer políticos se esqueçam disso e procurem verificar qual a conta da água. Nós não esquecemos que estamos cá para apagar este incêndio e apagaremos este incêndio, sobretudo porque também sabemos que foi fogo posto”, afirmou Ramalho.
E continuou, citado pelo jornal Eco: “O meu conselho de administração aceitou um dia ser chamado como bombeiro para apagar um fogo que lavrava de forma extraordinariamente alta e perigosa”, disse António Ramalho, dois dias depois de a Deloitte ter entregue a auditoria especial que revelou perdas de 4.000 milhões com origem no BES.
Questionado sobre se tinha ânimo para continuar à frente do futuro do Novo Banco, António Ramalho tinha deixado a porta aberta nesse sentido. “Ficaremos e tenderemos a ficar até a restruturação do banco estar concluída, até o banco se encontrar numa situação normal em que venha a ter lucros, o que acontecerá em 2021″.
ZAP // Lusa