O presidente da Comissão Executiva do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, afirmou hoje ser “totalmente alheio às diligências judiciais, hoje realizadas na sede do Banco Espírito Santo” (BES).
A afirmação consta de uma declaração curta, reproduzida numa nota do Departamento de Comunicação do BESI, enviada à imprensa.
O departamento financeiro do BES, instalado na sede do grupo em Lisboa, na avenida da Liberdade, foi hoje alvo de buscas dirigidas pelo Ministério Público (MP), no quadro da entrada em bolsa da EDP Renováveis, avançou o Público online.
As buscas – adiantou o diário Público – prendem-se com uma denúncia de 2012, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), por suspeita de crimes contra o mercado (abuso de informação privilegiada e manipulação de mercado) e envolvem as transações e subscrições de ações da EDP Renováveis, entre 15 de maio e 02 de junho de 2008, entre o BES e a BES Vida.
O processo originou a constituição, em 2013, de vários arguidos, incluindo o administrador financeiro do grupo, Amílcar Morais Pires, também administrador do BES Vida, e José Maria Ricciardi, presidente do BESI.
Em janeiro último, quando se soube que José Maria Ricciardi e Morais Pires tinham sido constituídos arguidos pelo MP, o BES emitiu um comunicado a informar “que o DIAP solicitou informações a quadros superiores do BES [nomeadamente a Ricardo Salgado] e do BESI, no âmbito de uma investigação iniciada pela CMVM relativamente a transações de ações da EDP efetuadas, em 2008, entre o BES e a BES Vida”.
O mesmo comunicado dizia ainda que “uma investigação interna, entretanto realizada após a notificação”, apurou que “todas as operações identificadas se inscrevem na normal gestão de carteiras de valores mobiliários, sendo demonstrável a natureza transparente das mesmas”.
/Lusa