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5G. Presidente da Altice exige demissão do presidente da ANACOM

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André Kosters / Lusa

Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal

O presidente da Altice Alexandre Fonseca pediu a demissão do presidente da ANACOM, João Cadete de Matos, pelos atrasos nas frequências para o 5G.

Alexandre Fonseca pediu esta terça-feira a demissão de João Cadete de Matos, presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) devido ao atraso na libertação das frequências a utilizar pelo 5G, atualmente incluídas no espectro utilizado pela Televisão Digital Terrestre (TDT). O pedido surgiu depois de ser conhecida a decisão da Altice de impugnar a decisão da Anacom.

“Se temos o Governo a dar recados graves e bem incisivos à postura do regulador, se temos os governos regionais preocupados, se temos os fabricantes tecnológicos a nível mundial a dizerem que Portugal está irremediavelmente atrasado, parece-me evidente que se devem tirar as respetivas conclusões […] eu, no lugar do regulador, tiraria as minhas ilações, e neste caso particular obviamente que me demitiria”, disse o presidente da Altice esta terça-feira à TSF.

A libertação do sinal para a implementação do 5G é, para Alexandre Fonseca, um problema que se está a tornar demasiado demorado.

“À data de hoje ainda está a decorrer a consulta pública da ANACOM aos operadores sobre o tema da TDT. Essa consulta pública vai ser respondida no final de setembro. Depois disso, passarão certamente um ou dois meses até ser publicada uma decisão final”, explicou o presidente da Altice.

Alexandre Fonseca acrescentou ainda que “o TDT estará nas novas frequências algures depois do verão de 2020”, data que coloca Portugal mais atrás na lista de países a implementar a nova tecnologia de comunicação.

A Altice garantiu esta terça-feira que impugnaria junto do tribunal a decisão do regulador de iniciar a deslocação das frequências entre a terceira semana de janeiro e a primeira de fevereiro, uma vez que se trata “de um calendário que será impossível de cumprir, como aliás, desde há um ano, tem vindo a reiterar e justificar repetidamente desde o início da atividade do grupo de trabalho”.

De acordo com a empresa, o processo só poderá ser desenrolado “a partir da segunda semana de fevereiro”. Além disso, o calendário “não inclui qualquer margem para imprevistos, o que só demonstra amadorismo e irresponsabilidade no planeamento”.

ZAP //

3 Comments

  1. Estes vigaristas da Altice tem mesmo lata para tudo!…
    O artista até se “esqueceu” que a Altice é responsável pela TDT (onde trabalharam muito bem, como se sabe!) e vem agora mandar recados à ANACON… felizmente já vai o tempo em que a PT/Altice faziam o que queriam sem o regulador dizer nada…
    Eles ainda mamam forte e feito no Estado (cabines telefónicas, TDT, etc), mas a mama está a diminuir…
    Vamos lá ver como é que esta multinacional de vigaristas (francesa, mas com sede na Holanda!) com uma dívida mais de 50 mil milhões de euros vai investir no que quer se seja!…
    Tão preocupados e com pressa para implantar o 5G e nem tem dinheiro para fazer a manutenção na sua infraestrutura actual!…

  2. A preocupação seria legítima (e necessária) se não houvesse uma questão prévia.
    É que tenho muita dificuldade em entender, porquê toda esta indignação com o “atraso do 5G” quando metade do país nem o 4G tem, e quando o operador PT/Altice/Meo (presidida pelo indignado) tem maior parte das zonas de cobertura sob sua responsabilidade, traduzida no número de contratos.
    Em Odemira, quer a nível empresarial quer a nível dos particulares, salvo meia dúzia de casos (porventura ligados a peso de ouro, ou de algumas entidades institucionais), fibra nem vê-la…
    No caso da n/ Empresa, refidelizámos Contrato a 29/03/2019, com obrigação escrita contratual de efetuar a migração, até hoje, 6,5 meses depois, continuamos com a ADSL…
    A funcionar a entre 8 e 14 Mbit, e muitas vezes sem conseguir acesso à cloud, embora pagando para isso.
    Alternativas conhecidas não há, que saibamos.
    Só visto!

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