O presidente executivo da EDP afirmou esta quinta-feira, citando estatísticas “europeias”, que os preços da energia elétrica em Portugal “são tipicamente mais baixos” do que a média europeia.
António Mexia, que falava na conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2013 da EDP, em Lisboa, foi questionado sobre os alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia sobre os preços da eletricidade em Portugal.
Na resposta, o presidente executivo da EDP afirmou: “Não vale a pena torturar os números até que eles dêem aquilo que nós pensemos que eles deveriam dar. Os preços em Portugal são tipicamente mais baixos do que na média europeia. E a estatística não é nossa, é estatística europeia”.
“Há um relatório muito recente da Comissão Europeia que mostra que a energia como um todo representa tipicamente 3% dos custos da indústria, em termos médios, na Europa. A eletricidade, obviamente, representará uma parte disso. Isto mostra o quê? Que nada que representa 3% podia ser um problema de competitividade”, acrescentou.
Subir ou descer os preços?
No relatório sobre a décima avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), divulgado a 19 de fevereiro, o FMI referiu que, na 11ª revisão regular, atualmente em curso, o Governo e a troika discutiriam mais medidas para “limitar futuros aumentos do preço da eletricidade para o consumidor final, incluindo as rendas excessivas no setor”.
Já a Comissão Europeia, no relatório sobre a décima avaliação regular ao PAEF, divulgado a 20 de fevereiro, afirmou que as medidas para reduzir as rendas do setor energético e eliminar o défice tarifário “parecem ser insuficientes”, estimando que a eliminação deste défice até 2020 exigiria aumentos anuais do preço da eletricidade de 2%.
A EDP fechou o ano passado com lucros atribuíveis aos acionistas de 1.005 milhões de euros, menos 0,7% do que em 2012, de acordo com o comunicado da empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Quanto ao EBITDA, correspondente aos resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, este fixou-se em 3.617 milhões de euros em 2013, menos 0,3% em termos homólogos.
/Lusa