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De 13% para 5%: as poupanças da pandemia estão a “esvaziar-se” rapidamente

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Mais de 600 milhões de euros retirados dos planos de poupança-reforma. O crédito à habitação é o principal responsável.

É um aumento considerável – e revelador – no contexto dos planos de poupança-reforma em Portugal.

Ao longo do primeiro semestre deste ano, foram resgatados quase 612 milhões de euros desses planos.

Mais de 500 milhões de euros foram retirados dos produtos mais clássicos: seguros não ligados, tradicionalmente mais conservadores e com capital garantido.

O Jornal de Negócios avança com o número, com base em dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, e sublinha que é um aumento de 61,4% em relação ao primeiro semestre de 2022.

Os portugueses estão a aproveitar o actual regime mais flexível dos planos de poupança-reforma, para tirar dinheiro da sua conta: até ao fim de 2023, há reembolso sem penalização de planos poupança-reforma e de educação.

Há um factor essencial para esta subida significativa: o crédito à habitação.

Os portugueses estão a tirar dinheiro das suas poupanças para pagar a casa, já que a prestação ao banco tem atingido recordes devido à subida das taxas de juro Euribor.

E, assim, as poupanças recorde que os portugueses tinham feito ao longo dos últimos três anos, no contexto da COVID-19, estão a desaparecer rapidamente, avisa a DECO.

“Alertámos já desde o ano passado: as poupanças que as famílias tinham conseguido fazer durante a pandemia – quando pouparam mais do que é habitual – já foram utilizadas para fazer face aumento do custo de vida, ao pagamento das prestações no crédito à habitação”, disse Natália Nunes.

A responsável da DECO disse na rádio Antena 1 que as taxas de poupança durante os primeiros tempos da pandemia chegaram aos 13%; e agora rondam os 5%.

Neste contexto, há novos pedidos de ajuda: “Sempre que verificamos que a prestação da taxa variável vai ser revista, no crédito à habitação, as famílias pedem-nos ajuda para evitarem situação de incumprimento”.

ZAP //

1 Comment

  1. Boa tarde.

    Não é só o aumento das taxas dos empréstimos e a inflação! Quem resgata agora poupanças é porque as empresas estão a exigir que cada vez uma maior percentagem de colaboradores abandonem o regime de teletrabalho! E na minha opinião, muito bem, finalmente, por uma questão de JUSTIÇA SOCIAL.

    P/quem regressou fisicamente e em permanência, desde o início de 2022 (é o meu caso) ou ainda pior, quem nunca esteve (como o meu marido e tantas outras pessoas) é moral e socialmente injusto o q/estas pessoas agora se queixam! Nunca conseguimos poupar, aliás foi sempre a afundar, mais e mais… alguém se preocupou com estas pessoas? Gasóleo a mais de 2 euros e não haverem transportes decentes ou c/condições?! Não… mas agora como vão mexer nas poupanças já é difícil?! Já é dramático? Pois é!

    Estas pessoas pouparam??? Muito bem, sorte a delas! Agora ainda têm poupanças p/fazer face a toda esta incerteza que vivemos! E quem perdeu o emprego, por causa da pandemia? A casa? Ou até a vida e deixou mulher/marido, mts vezes c/filhos?

    O português parece que só é solidário nas redes sociais e desde q/fique ou pareça bem. Pensei mesmo que a COVID ia mudar as pessoas, serem mais tolerantes, gentis, simpáticas… mas não! É muito triste…

    Bom fim de semana.

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