O vice-presidente da bancada do PSD e líder da distrital da Guarda sugeriu, na reunião das distritais com o líder do partido, a possibilidade de uma nova coligação com o CDS.
Segundo o Observador, na estrutura do PSD já há quem sugira a repetição de uma coligação com o CDS (tal como aconteceu em 2015, “Portugal à Frente”). A ideia surgiu, esta terça-feira, na reunião dos líderes das distritais com o líder do partido, Rui Rio.
Ao que o jornal online apurou, foi Carlos Peixoto, vice-presidente da bancada e líder da distrital da Guarda, a sugerir esta hipótese, que teve o apoio de outros líderes (mas também críticas de outros). Rio, por sua vez, preferiu o silêncio.
“Disse apenas às estruturas que uma não-coligação com o CDS tem impactos que não podemos negar ao nível do número de deputados”, afirmou Peixoto, em declarações ao Observador, alertando para as vantagens de ir a votos numa coligação.
De acordo com o deputado, conhecido por ser um dos grandes apoiantes de Rio na liderança do partido, o tema foi colocado em cima da mesa nesta reunião à porta fechada para “reflexão”, sem que alguma vez tivesse abordado a questão com o seu líder.
O ex-presidente da Câmara do Porto tem rejeitado coligações pré-eleitorais com os centristas, no entanto, depois de resultados quase catastróficos para a direita nas eleições Europeias, levaram alguns dirigentes a repensar a estratégia.
Na mesma reunião, o líder do partido social-democrata fez uma análise aos resultados das Europeias, com o Público e o Expresso a dizer que distribuiu culpas por todos mas não assumiu para si qualquer responsabilidade. Graças a esses artigos, Rio veio esta quinta-feira explicar que também assumia as suas culpas.
“É evidente que se eu sou líder do partido e o partido vai a eleições e tem um dado resultado, bom ou mau, eu tenho uma quota parte de responsabilidade grande. Isso é evidente. Só se eu tivesse perdido o juízo é que não dizia uma coisa destas. Agora também não sou hipócrita ao ponto de dizer a culpa é toda minha. Fica bem dizer, mas não é. É repartida e a minha também lá está, como é lógico”, afirmou Rio no Palácio de Belém, depois da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa.
“O que vem nas duas notícias, que eu penso que são duas notícias muito cirúrgicas, com jornalistas cirúrgicos, é metade verdade e metade mentira. Aquilo que veio a público é 50% verdade e 50% mentira, sendo que a parte que é mentira, quem passou a mentira tinha interesse que fosse dita assim“.