Portugueses estão mais pessimistas quanto à guerra e perderam confiança na NATO

Roman Pilipey / EPA

Cada vez mais portugueses sentem os efeitos da guerra na Ucrânia, nomeadamente na perda do poder de compra.

De acordo com a sondagem que a Aximage forneceu ao o DN, JN e TSF, a maioria dos portugueses — 52% — concorda com decisão da NATO de não intervir diretamente na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Segundo noticia o Diário de Notícias, o pessimismo quanto à duração da invasão russa da Ucrânia aumentou.

A confiança na NATO está a diminuir e a capacidade de resolução do conflito por parte dos líderes europeus não merece muito crédito.

Desde o início da guerra que ficou claro que os países ocidentais não iriam intervir diretamente no conflito, principalmente através da aliança militar ocidental, a NATO.

Há uma maioria clara de portugueses — 52% — que concorda com esse rumo, sendo que apenas 27% discordam, e indicam que preferiam uma ação mais musculada.

Há um mês, a divisão sobre este tema era mais equilibrada: 38% diziam “sim” a uma intervenção direta da NATO, 42% rejeitavam essa possibilidade.

No entanto, são agora menos os que defendem o envio de tropas portuguesas, no caso de um envolvimento direto da aliança militar — 20% do total da amostra, comparativamente aos 30% de março passado.

Nessa altura, os dois primeiros escalões etários adotavam uma postura mais belicista, mas deixou de existir essa diferença geracional.

Agora, seja entre os mais novos ou entre os mais velhos, a maioria diz concordar com a decisão da NATO de não intervir diretamente na guerra.

O único caso em que se mantém a divisão é entre os habitantes da Região Norte (36% concordam com a política de não intervenção, 35% discordam).

Quebra de confiança na NATO

O grau de confiança dos portugueses na NATO também diminuiu. Em março, 63% confiavam bastante na aliança militar ocidental, mas agora apenas 43% mantêm a opinião. Mais de um terço assume-se como neutro.

Ainda assim, a NATO merece mais crédito que os líderes europeus, com 29% dos portugueses a desconfiar das suas capacidades, comparados aos 24% que acreditam que os políticos conseguirão a paz no conflito.

Não estando confiantes de que se irá encontrar uma solução pacífica para a guerra, os portugueses também estão pessimistas quanto à duração da mesma.

Já ninguém acredita que a invasão russa dure mais um mês, sendo que em março eram 13%. Um terço aponta para mais três a seis meses (mesmo resultado de há um mês), enquanto metade prevê mais de seis meses (29% na sondagem anterior).

Os dados recolhidos nesta sondagem, entre 12 e 18 de abril, mostram que cada vez mais os portugueses dizem sentir os efeitos da guerra.

São agora 76% (mais 17 pontos percentuais do que em março passado) que o admitem. Mas há ainda um quarto da população que não nota diferenças (e em particular na Área Metropolitana do Porto, com 34%).

Quando questionados sobre de que forma é que a guerra influenciou a vida das pessoas, a maioria — 70% — realça a perda do poder de compra.

De uma lista de seis possíveis impactos, o segundo mais citado foi o facto de terem deixado de comprar alguns produtos e bens — 17%.

ZAP //

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