Mosa Meat
Mais de 60% interessados em comer e um terço até quer substituir parcialmente pela que come – mas o que é carne cultivada?
Indo já à resposta, até porque muitos leitores não devem saber: a carne cultivada parece igual à carne que já comemos.
Mas é produzida em cultivadores (semelhantes aos fermentadores utilizados para fazer cerveja), em vez de resultar da criação de animais.
São recolhidas células de animais que normalmente produzem carne; e são utilizadas para fazer crescer a carne fora do animal. O animal não entra directamente no processo.
A carne cultivada tem o potencial de ajudar a satisfazer a crescente procura por proteína, reforçando simultaneamente a segurança alimentar.
Outra prioridade desta alternativa é reduzir o consumo de recursos, comparando com a produção industrial de carne – diminuindo as emissões de gases com efeito de estufa, a desflorestação e a resistência aos antibióticos.
Só na Europa, há mais de 50 startups na Europa dedicadas à carne cultivada; uma delas é portuguesa, a Cell4Food.
Mas os portugueses (provavelmente como outros povos) não estão propriamente a par deste assunto: um terço nem sabe que existe esta forma de produção de carne.
Os dados são revelados num estudo de consumo conduzido pela YouGov e encomendado pelo Good Food Institute.
Entre os mais de mil inquiridos, 63% disse que quer experimentar a carne cultivada – se estivesse disponível no mercado português. 25% não quer provar sequer.
27% admite que substituiria alguma da carne que come por carne cultivada, lê-se em comunicado enviado ao ZAP.
A carne cultivada ainda não foi aprovada pela entidade reguladora da segurança alimentar – mas, se for, deve ser vendida em Portugal, indicaram 69% dos participantes no estudo.
E essa aprovação, se chegar, não deve estar relacionada com interesses comerciais, disseram 76%.
Cerca de metade (52%) defende que os decisores políticos devem investir na investigação e desenvolvimento de carne cultivada.
Os portugueses estão “curiosos” sobre esta alternativa, resumiu Helen do Good Food Institute Europe.
Ao mesmo tempo, 74% dos inquiridos admitiu que se come demasiada carne em Portugal; 57% querem comer menos ao longo dos próximos dois anos. Apenas 6% já não come carne.
Ou seja, preferem trocar uma carne proveniente de animais, natural e de qualidade; por carne feita em laboratório, cheia de compostos químicos? Não admira que Portugal está na cauda da Europa a nível sócio-económico.
Sou Português , mas não faço parte “desses Portugueses” , que aceitam de comer qualquer ersatz . Faz-me pensar no Japonês que criou carne a partir de fezes Humanas . Onde vão acabar estas aberrações ?