Um novo estudo, que analisou 17 marcas de sal vendidas em oito países, incluindo Portugal, detetou amostras com microplásticos. No nosso país, uma das marcas atingiu o máximo observado com dez microplásticos por quilo.
Uma equipa de cientistas decidiu fazer um estudo internacional a 17 marcas de sal vendidas em oito países, incluindo Portugal, com o objetivo de encontrar micro-partículas de plástico, revela o Público esta sexta-feira.
De acordo com os resultados, a maioria das amostras estava contaminada com “doses baixas”, o que, para já, não tem ainda um “efeito imediato” na saúde dos consumidores. “Os microplásticos só estavam ausentes numa das marcas, enquanto as outras continham entre um a dez microplásticos por quilo de sal”, refere-se no artigo.
Segundo o jornal, entre as amostras analisadas estavam três marcas portuguesas que são atualmente comercializadas. Uma destacou-se pelos piores motivos, uma vez que alcançou o máximo registado de dez partículas de microplástico por quilo de sal.
Além do nosso país, foram analisadas marcas de sal da Austrália, França, Irão, Japão, Malásia, Nova Zelândia e África do Sul. O artigo foi publicado no site Scientific Reports, da revista científica Nature.
Escreve o Público que, todos os anos, despejamos entre cinco e 13 milhões de toneladas de plásticos para os oceanos. Com a ação da luz solar e da água, esse lixo vai-se transformando em minúsculas partículas. Uma parte dessas substâncias estão a voltar para nós e não é só no sal, como alerta Ali Karami, investigador na Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade Putra, na Malásia, e principal autor do artigo.
“Estamos a consumir microplásticos em vários produtos, incluindo marisco, mel e até cerveja. Assim, o sal não é o único culpado”, avisa o cientista, que considera estas substâncias autênticas “macrobombas”.
Apesar de o perigo não ser muito elevado, tendo em conta o tamanho reduzido destas partículas e o facto de o consumo máximo por pessoa rondar as 37 partículas por ano, o investigador alerta que “os microplásticos podem libertar poluentes no nosso organismo que, a longo prazo, podem provocar problemas de saúde“.
“Ainda não sabemos quantos outros produtos estão contaminados com microplásticos, mas acreditamos que a maioria dos produtos que vêm do mar provavelmente tem. Por isso, os microplásticos no sal serão apenas uma minúscula parte da orquestra”, conclui.
E porque não falam em marcas?
Além de ser uma informação para o consumidor, também obrigava essas empresas produtoras a fazerem alguma coisa.
Põe noticia mas mantêm as pessoas na ignorância, para quê?