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Portugal vai ter doses da AstraZeneca e J&J a mais. Testes da vacina portuguesa previstos para julho

José Coelho /Lusa

Neste trimestre, Portugal vai receber mais de nove milhões de doses de vacinas, das quais cerca de 5,5 milhões da Pfizer, 795,6 mil da Moderna, 1,6 milhões da AstraZeneca e 1,2 milhões da Janssen.

Com a chegada de mais vacinas, Portugal prepara-se para entrar na fase de “velocidade cruzeiro” da vacinação contra a covid-19 e pretende atingir um ritmo de 100 mil vacinas administradas por dia dentro de “duas a três semanas” e ter todas as pessoas com mais de 60 anos vacinadas com pelo menos uma dose até ao final de maio.

De acordo com o ECO, até quarta-feira, “66% das pessoas da faixa etária entre os 70 e os 79″ já foram vacinados com pelo menos uma dose da vacina. Também “30% das pessoas da faixa etária entre os 60 e os 69 já foram vacinados com pelo menos uma dose”. Na faixa etária dos mais de 80 anos, a inoculação ascende aos 92%.

Isto significa, segundo o jornal, que faltam vacinar 1,3 milhões de portugueses com mais de 60 anos, dos quais 54.069 com mais de 80 anos, 333.761 entre 70-79 anos e 909.772 dos 60 aos 69 anos.

Sendo que Portugal vai receber 1,6 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca e 1,2 milhões de doses da Janssen, o país terá doses suficientes para vacinar os 1,3 milhões de portugueses – e ainda sobram doses.

O ECO relata que Portugal poderá aproveitar a “abundância” de doses para exportar as vacinas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Em fevereiro, o primeiro-ministro dise que África será prioritária na disponibilização de doses adicionais de vacinas contra a covid-19 e que Portugal procurará “redirecionar” para Timor-Leste e para os PALOP 5% das vacinas adquiridas.

Testes em humanos de vacina portuguesa em julho

De acordo com o jornal Público, a empresa portuguesa Immunethep quer começar os ensaios de uma potencial vacina contra a covid-19 em humanos em meados deste ano para chegar ao mercado em 2022.

Ao contrário das vacinas usadas até agora, esta não será injetável, mas inalável.

Os testes pré-clínicos realizados no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), no Porto, têm registado resultados positivos. A empresa tem como objetivo ter os resultados destes testes recolhidos até ao final de maio ou junho para poder apresentá-los às entidades reguladoras europeias e nacionais.

Segundo Pedro Madureira, co-fundador e director científico da Immunethep, a empresa quer que os ensaios clínicos possam avançar durante o segundo semestre deste ano e a vacina chegue ao mercado em 2022.

Os testes em humanos, que podem arrancar em julho, irão iniciar-se, numa primeira fase, em grupos de 10 pessoas e de forma progressiva até às 30/40, até se atingir 100. Num momento final, o ensaio clínico vai concentrar cerca de cinco mil pessoas.

Além da vacina da Immunethep, há ainda uma outra em desenvolvimento em Portugal: uma nanovacina que está a ser criada por cientistas da Universidade de Lisboa e da Universidade de Telavive, Israel.

Maria Campos, ZAP //

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