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Portugal é o sexto melhor país para os estrangeiros viverem

Portugal é o sexto país mais amigável e melhor para os estrangeiros viverem, com elevados índices de satisfação ao nível da vida familiar, das finanças e da qualidade da educação, segundo o último relatório elaborado pela comunidade de estrangeiros InterNations, com dados de 2018.

Portugal, com os seus “habitantes acolhedores e clima agradável”, oferece aos expatriados “uma excelente qualidade de vida”, atraindo uma percentagem acima da média de aposentados, indica o InterNations. No entanto, as perspetivas de carreira e a segurança no emprego continuam a ser as categorias em que o país está pior classificado.

Nesta última edição da Expat Insider – uma das mais abrangentes pesquisas mundiais sobre a vida no exterior – foram entrevistados cerca de 18 mil estrangeiros em todo o mundo, que representam 178 nacionalidades e vivem em 187 países.

Os resultados permitiram criar um ‘ranking’ dos melhores e dos piores países para os estrangeiros viverem, entre 68 destinos. Foram analisados fatores como a qualidade de vida, a facilidade de integração, o trabalho, a vida familiar, as finanças e o custo de vida.

Portugal ocupa a 2.ª posição no Top 10 no índice de vida familiar, com uma grande maioria dos inquiridos a classificar positivamente o custo de vida. Quanto à facilidade dos entrevistados em se estabelecerem, encontra-se em 5.º lugar.

 

Oito em cada dez expatriados (79%) estão satisfeitos com as atividades locais de socialização e lazer e quase todos (94%) afirmam estar contentes com o clima, com 84% a considerar este fator determinante quando decidem mudar para o país.

À volta de 73% dos entrevistados consideram Portugal um país seguro e 98% classificam-no como pacífico. Ao nível da saúde, 85% acham que a qualidade dos cuidados médicos é boa, o que é 18% acima da média global (67%). Mais de três quartos também consideram os serviços de saúde acessíveis.

Mais de oito em dez dos expatriados (82%) sentem-se em casa na cultura local, em comparação com uma média global de seis em dez. Cerca de 83% tiveram facilidade em instalar-se em Portugal (em comparação com a média mundial de 59%).

Estes resultados positivos talvez não sejam surpreendentes, visto que nove em dez pessoas sentem que a população local é, em grande parte, acolhedora e que as atitudes em relação aos residentes estrangeiros são amigáveis ​​(87% contra uma média mundial de 66%). A maioria (78%) indicou ter um grupo misto de amigos locais e expatriados.

Mesmo que não falem a língua local, 65% concordaram que a falta de conhecimentos de português não dificulta a vida no país.

Contudo, embora bem colocado relativamente à qualidade de vida, o país tem um desempenho fraco em termos de trabalho, ficando em 61.º lugar entre 68 países em termos de perspetivas de carreira e em 53.º lugar na segurança no emprego. Apenas 39% dos entrevistados estão satisfeitos, em comparação com a média global de 55%. No entanto, 72% avaliam positivamente o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Curiosamente, um quarto dos inquiridos em Portugal são reformados, o que explica a idade média dos estrangeiros no país (48,9 anos), superior à média global (44,2 anos). É particularmente popular entre os trabalhadores ‘freelancer’ – 11% -, um número alto em comparação com a média global de 5%.

Quando se trata de finanças, 62% dos entrevistados estão satisfeitos. Pouco mais de três quartos afirmam que o rendimento familiar é suficiente ou mais que suficiente para cobrir as despesas mensais, quase o mesmo que a média global (78%). Comparativamente à média global de 51%, 82% considera o custo de vida acessível.

Cerca de 94% dos expatriados estão satisfeitos com a vida familiar, em comparação com a média global de 79%. Aproximadamente 66% dos pais afirmam que as opções de cuidados infantis são numerosas e facilmente disponíveis. Quando se trata de padrões educacionais, mais de quatro em cada cinco dizem que a qualidade é alta. Quase todos consideram a segurança das crianças boa e 96% avalia positivamente o bem-estar dos seus filhos.

Quanto às nacionalidades dos migrantes, os britânicos lideram a lista, com 24%, seguidos pelos americanos (11%) e pelos brasileiros (9%).

Comparativamente a 2017, Portugal desceu um lugar. No vídeo abaixo é possível conhecer os restantes resultados desse ano:

Os resultados mais surpreendentes

No lado positivo deste grupo encontram-se o Panamá, o Equador e a Austrália, que encontraram o caminho de volta à antiga força. E, enquanto Israel ganha um novo recorde pessoal, a posição alcançada por outros países não foi assim tão favorável, sendo exemplo disso os resultados obtidos pela Suécia e pela Roménia.

Passando do 36.º lugar em 2017 para o 13.º em 2018, o Panamá voltou ao Top 15. A recuperação do país é perceptível na opinião dos entrevistados: enquanto em 2017 menos de três quartos (74%) estavam satisfeitos, esse percentual aumentou para 81% em 2018. O país está entre os melhor posicionados no índice das finanças pessoais, em 11.º lugar.

Da mesma forma, os estrangeiros neste país são mais propensos a afirmar que o rendimento familiar é suficiente ou mais que suficiente para cobrir as despesas diárias. Quanto ao trabalho, passou da 30.ª para a 16.ª posição. Embora esse resultado esteja longe do Top 10 do Panamá em anos anteriores (5.º em 2015 e 6.º em 2014 e 2016), os entrevistados mostraram-se visivelmente mais satisfeitos com as perspectivas de carreira.

Israel conseguiu um novo recorde pessoal. Embora o país tenha melhorado em todos os índices, subindo 22 posições em relação ao 44.º lugar em que se encontrava em 2017, foi na qualidade de vida que teve os maiores ganhos. Neste fator, juntou-se ao Top 10, distante da 31.ª posição do ano anterior. Os estrangeiros estão particularmente satisfeitos com a saúde e bem-estar (4.º), opções de lazer (9.º) e vida digital (6.º).

A nível do trabalho, subiu 21 posições, ficando em 22.º em 2018, com os entrevistados mais satisfeitos com as horas de trabalho: 62% classificam-nas positivamente, comparado com 49% em 2017. Quanto à carreira, esta melhorou significativamente, passando da 43.ª para a 19.ª posição. Os insatisfeitos com o trabalho diminuíram de 21% para 14%.

Depois de ficar entre os 10 melhores entre 2014 e 2016, a Austrália enfrentou uma grande queda em 2017, caindo para o 34.º lugar. Recuperou em 2018, ocupando a 12.ª posição, graças a melhorias significativas nas finanças pessoais, na qualidade de vida e na integração.

O ex-favorito de estrangeiros, Equador, voltou a destacar-se em 2018, ficando em 3.º lugar, após ter ocupado o 25.º lugar em 2017. Com uma subida de 40 posições, classificou-se em 11.º ao nível do trabalho. Em 2017, 65% dos entrevistados estavam satisfeitos com a sua situação financeira, em 2018 esse número passou para 83%.

Além disso, melhorou o seu lugar na qualidade de vida, ficando em 18.º lugar, comparado com o 29.º em 2017. Enquanto o país ainda está na metade inferior para segurança pessoal (45.º), mais de três quartos dos entrevistados (76%) classificam esse fator positivamente em 2018, o que representa um aumento de 15%.

Em contrapartida, a Suécia desceu 24 lugares, ocupando a 46.ª posição, tendo perdido terreno em todos os índices. Perdeu 14 posições na qualidade de vida (28.º) e caiu de 80% para 66% nas opções de lazer. Quanto à facilidade de integração, ficou em 63.º lugar.

Em 2018, apenas metade dos entrevistados sentiam-se acolhidos (45%) ou consideravam fácil habituar-se à cultura local e cerca de 49% indicaram que não existe uma atitude amistosa em relação aos estrangeiros. Embora a economia continue a ter bom desempenho, ocupando a 10.ª posição, os estrangeiros estão menos satisfeitos com perspetivas de carreira e segurança no emprego.

Apesar de ter registado uma ligeira melhoria na qualidade de vida (ocupando o 40.º lugar), a Roménia caiu do 19.º lugar para o 37.º. Os ordenados são o maior problema, extremamente baixos em comparação com a Europa Ocidental. No índice de trabalho, não obstante o crescimento económico e o baixo desemprego, os estrangeiros continuam a considerar a economia desfavorável, classificando o país em 53.º lugar nessa categoria.

Um quarto dos entrevistados estão insatisfeitos com o trabalho, em comparação com 13% em 2017. Três quartos consideravam a sua vida profissional positiva em 2017, parcela que encolheu para 56%. Os estrangeiros na Roménia são menos propensos a dizer que se sentem em casa (59% versus 68%) ou que é fácil fazer amigos locais (55% versus 64%) .

Taísa Pagno // Inter Nations

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