O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, anunciou esta quinta-feira que o Estado português acordou com a Comissão Europeia um financiamento com fundos estruturais de mil milhões de euros até 2020, para a ciência.
“Este montante é quase o dobro do negociado inicialmente em 2007 para o período de 2007-2013”, lê-se num comunicado do Ministério da Educação e Ciência (MEC).
O anúncio feito pelo ministro Nuno Crato integrou-se no decorrer da sua audição na comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, onde a sua presença foi exigida por requerimento potestativo do Bloco de Esquerda, para discutir a marcação e realização da Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC), na passada terça-feira.
O documento do MEC refere que o Estado português partiu para as negociações com a Comissão Europeia com o objetivo de, pelo menos, manter o financiamento para o próximo quadro comunitário de apoios.
“Portugal não só cumpriu esse desígnio como o superou, o que traduz a aposta do Governo na investigação e inovação como motor de desenvolvimento social e económico”, sublinhou a tutela.
Competitividade científica internacional
Com o acordo de parceria 2014/2020, alcançado entre Portugal e a Comissão Europeia, após “negociações intensas e, por vezes, muito difíceis”, o Governo pretende assegurar o financiamento da ciência fundamental, mas também a “competitividade científica internacional e a excelência” das unidades de investigação e desenvolvimento e a “transferência de conhecimento” para as empresas.
Segundo a nota do ministério, os fundos visam apoiar o “empreendedorismo de base tecnológica” e a inserção de pessoal “altamente qualificado” nas empresas, “para aumentar o investimento empresarial em actividades de investigação e desenvolvimento”, e financiar áreas científicas e tecnológicas consolidadas ou emergentes, “identificadas nas Estratégias de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente” nacional e regional.
O acordo prevê que pelo menos dois terços dos montantes destinados à formação doutoral sejam “alinhados com as estratégias nacionais e regionais” de Investigação e Inovação ou com “outras prioridades políticas nacionais”.
Os programas de formação pós-doutoral devem ser criados para “promover a transição para o mercado de trabalho“, em empresas, unidades de investigação ou universidades e institutos politécnicos.
Bolseiros querem saber como será feita a distribuição do dinheiro
André Janeco, presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC) mostrou-se esta sexta-feira cauteloso quanto ao anunciado financiamento de mil milhões de euros até 2020 por parte da Comissão Europeia, sublinhando a necessidade de saber como vai ser distribuído.
“Se esses mil milhões de euros puderem vir, neste caso, anular a avaliação [dos centros de investigação, que está em curso] que está minada de credibilidade e fazer uma coisa como deve ser, parece uma boa medida”, disse André Janeco em declarações à agência Lusa.
André Janeco sublinhou a importância de saber como irá ser feita a disponibilização dos fundos anunciados, adiantando que, por vezes, se ouve falar “de números de muitos milhões” e depois, na altura dos concursos, aquilo que chega efetivamente às unidades e aos investigadores “são ninharias”, acusou.
/Lusa
Mais dinheiro q vai para os bolsos deles, pq para a investigação é q não vai, de certeza… Estão a cortar as despesas para 1/10 com as unidades de investigação, ao fazerem uma avaliação fraudolenta e baixarem os ratings… Noticia só para enganar o Português.