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Portugal está “inundado de centros culturais”

keoshi / Flickr

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O professor António Camões Gouveia, da Universidade Nova de Lisboa (UNL),  criticou este sábado, em Góis, a proliferação de centros culturais de norte a sul do país e defendeu que a cultura se faça “de outra maneira”.

Portugal “está inundado de centros culturais” e muitas vezes “não se sabem para quê”, nem “o que fazer com eles” em cada concelho, disse António Camões Gouveia.

“Temos de acabar com ‘aquilo’ de que quem não tem que fazer faz cultura“, disse o docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, ao intervir na abertura do seminário “Cultura e Autarquias — Que futuro?”, integrado no programa comemorativo dos 900 anos do concelho de Góis, no distrito de Coimbra.

Ao propor a criação de redes de municípios para a área da cultura, António Camões Gouveia frisou que “trabalhar em rede é trabalhar em conjunto e os outros não podem ficar de fora”.

“O país profundo não é visitar Góis. É saber olhar para Arganil, estando em Góis“, exemplificou.

UCP

António Camões Gouveia, investigador da Universidade Nova de Lisboa

António Camões Gouveia, investigador da Universidade Nova de Lisboa

As práticas culturais “são aquilo que se faz de outra maneira”, o que, na sua opinião, “faz com que cada autarquia deixe de ser autarquia”.

Ao salientar que, normalmente, os agentes culturais e os políticos “têm concepções do mundo divergentes”, disse que, em cada localidade, cabe às autarquias e às instituições culturais “garantir as práticas identitárias, globalizando-as”.

“Temos de encontrar na programação uma forma de fazer cidade e cultura”, apostando na “construção de uma nova cidadania”, preconizou.

António Camões Gouveia proferiu a conferência de abertura do seminário, intitulada “Práticas culturais para municípios”, sobre programação e bem-estar cultural, públicos e novas cidadanias.

/Lusa

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