Até que ponto há afinal insegurança no nosso país? O Índice Global da Paz 2024, que classifica 163 países em função de 23 parâmetros de segurança, coloca Portugal na sétima posição do ranking.
A Islândia é o país mais seguro do mundo, de acordo com o Índice Global da Paz de 2024, que avalia 23 indicadores sociais, entre os quais segurança social e proteção, conflitos nacionais e internacionais e o grau de militarização. O país nórdico é classificado com 1.112 pontos em 5 possíveis.
Portugal surge no sétimo lugar entre as 163 nações avaliadas, com 1.372 pontos, atrás da Irlanda (1.303), Áustria (1.313), Nova Zelândia (1.323), Singapura (1.339) e Suíça (1.350).
Dinamarca, Eslovénia e Malásia fecham o Top 10 do ranking de países mais seguros do planeta, no qual os Estados Unidos ocupam a 132ª posição, com 2.450 pontos. A Espanha, com 1.597 pontos, ocupa a 23ª posição, enquanto o Reino Unido (1.703) está no 34ª lugar.
Angola, com 2.043 pontos, ocupa a 73ª posição, e Moçambique, que recentemente foi notícia devido a um horrendo massacre em 2021 no norte do país, está na 107ª posição, com 2.250 pontos. Muito abaixo está o Brasil, na 131ª posição, com 2.589 pontos.
Na 155ª posição, com 3.115 pontos, está Israel, que enfrenta há pouco menos de um ano uma guerra contra o Hamas, que agora se estendeu ao Hazbolah no sul do Líbano — que ocupa o 134º lugar, com 2.693 pontos.
Os cinco países menos seguros do mundo são a Ucrânia (3.280 pontos), Afeganistão (3.294), Sudão do Sul (3.324), o Sudão (3.327) e o Iémene (3.397).
A Islândia é uma ilha
Segundo explicava em 2023 o World Atlas, a posição da Islândia como o país mais seguro do mundo, que então já ocupava, é atribuível a vários fatores-chave que em conjunto criam um ambiente de segurança e tranquilidade.
A Islândia tem uma população reduzida, com cerca de 394.500 habitantes, o que promove uma sociedade unida com sentido comunitário forte. O sentimento de pertença e de apoio mútuo dos islandeses reduz a probabilidade de conflitos e de crimes violentos.
Em segundo lugar, explica o World Atlas, a paisagem política da Islândia é definida por um elevado grau de estabilidade, transparência e governação democrática. O índice de perceção da corrupção classifica sistematicamente a Islândia entre os países menos corruptos do mundo (14.º lugar em 2023).
Em terceiro lugar, o país insular tem uma taxa de criminalidade extremamente baixa. A taxa de homicídios na Islândia é uma das mais baixas do mundo, com menos de um homicídio por ano. O policiamento proativo do país, centrado na comunidade, e processos judiciais eficazes, contribuem significativamente para esta taxa.
Finalmente, o isolamento geográfico do país desempenha um papel importante na sua segurança, diz o World Atlas. A localização remota da Islândia, rodeada pelos oceanos Atlântico Norte e Ártico, limita a exposição a ameaças e conflitos externos.
E Portugal?
Segundo dizia o World Atlas em 2023, Portugal é conhecido pela sua segurança, em grande parte devido às baixas taxas de criminalidade e a uma governação estável, que coloca ênfase significativa no bem-estar social, o que ajuda a criar um ambiente seguro — tanto para os cidadãos como para os visitantes.
Os modelos de policiamento comunitário são aplicados, envolvendo os agentes da autoridade diretamente com as comunidades para responder a preocupações e resolver problemas de forma preventiva. Estas considerações contrariam parcialmente as conclusões do Índice de Democracia 2022 do The Economist, segundo o qual há apenas 24 democracias plenas em todo o Mundo — e Portugal não é uma delas.
Além disso, diz o World Atlas, as leis portuguesas incentivam a resolução não violenta de conflitos e têm sido eficazes na minimização dos crimes violentos. O sistema judicial está bem estruturado e é transparente, proporcionando um quadro jurídico sólido que contribui para a sensação de segurança.
No entanto, Portugal enfrenta desafios relacionados com a toxicodependência, apesar de a sua política de descriminalização da droga ter sido aclamada internacionalmente por reduzir as mortes relacionadas com a droga.
As explicações do World Atlas contrariam aparentemente a perceção popular de insegurança que nos últimos meses se instalou na sociedade portuguesa, que ganhou maior proporção após o caso recente da fuga de cinco reclusos perigosos da cadeia de Vale de Judeus.
Talvez esta perceção de insegurança esteja a ser inflacionada, ou artificialmente alimentada. Talvez isso explique por que motivo, curiosamente, um partido de extrema direita fundado por ex-nazis ganhou as eleições na Áustria, o 3º país mais seguro do Mundo — ou por que os episódios de xenofobia na Irlanda, o 2º mais seguro, tenham estado a escalar nos últimos meses.
Ou talvez seja simplesmente necessário colocar em perspetiva os episódios de insegurança que ocasionalmente ocorrem no país — e olhar para eles à escala do que acontece nos restantes 162 países classificados no índice. Portugal não tem 0 pontos, tem 1.372 — e é mais seguro do que 156 das nações avaliadas no IGP.
Quem parece ter tido acesso ao Índice Global de Paz antes do ZAP é o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que afirmou no início do mês de setembro que Portugal é um dos países mais seguros do mundo. Aparentemente, tinha razão.
Assim vai o Mundo
Produzido pelo Instituto para a Economia e a Paz, o Índice Global da Paz é a principal medida mundial de pacificidade global. O relatório apresenta a mais completa análise baseada em dados até à data sobre as tendências da paz, o seu valor económico e a forma de desenvolver sociedades pacíficas.
A análise da edição de 2024 permite verificar que 97 países se deterioraram em termos de paz — mais do que em qualquer outro ano desde a criação do Índice, em 2008.
Os conflitos em Gaza e na Ucrânia foram os principais fatores da queda global da paz. 92 países estão atualmente envolvidos em conflitos fora das suas fronteiras, mais do que em qualquer outro momento desde a criação do IGP.
No ano passado, registaram-se 162.000 mortes relacionadas com conflitos. Este foi o segundo número mais elevado dos últimos 30 anos, tendo os conflitos na Ucrânia e em Gaza sido responsáveis por quase três quartos das mortes. A guerra da Ucrânia representou mais de metade, com 83.000 mortes, e há estimativas de que pelo menos 33.000 tenham morrido na Palestina até abril de 2024.
Nos primeiros quatro meses de 2024, as mortes relacionadas com conflitos a nível mundial ascenderam a 47.000. Se a mesma taxa se mantiver no resto do ano, será o número mais elevado de mortes em conflitos desde o genocídio do Ruanda em 1994.
O tipo de informação que não serve a agenda do Mestre Aventuras e do Armário Achado!
Há 50-70 anos, vivíamos uma liberdade e segurança que nem a Isãndia hoje tem!
Não havia corruptos ou incompetentes na governação, nem democratas incendiários que destroem a vida de milhares de portugueses!
Portugal era um jardim à beira-mar plantado, pois os corruptos estavam onde merecem. E depois o que aconteceu?
Mas estás a gozar com quem?
Há 50-70 anos vivíamos em LIBERDADE e segurança??
Há 50-70 anos havia milhares de portugueses presos e torturados nas prisões.
Morreram milhares de portugueses nas guerras coloniais em África.
Estás a gozar ou estás bêbado?
Além de que eram outros tempos (isso é igual em todo o lado), a censura não deixava divulgar imensos crimes, nem assuntos que hoje ninguém pensaria considerar crime. Casos de corrupção a nível do governo é que nem pensar! Agora vir dizer que havia liberdade, é que é de bradar aos céus!
Palhaçada!!!
Sem pesquisar… basta observatr!!!
Vão “perder” um dia qualquer da semana a observar, por exemplo: a POnte 25 de Abril (antiga Ponta Salazar) ou a Ponte da Arrábida… no final do dia contem os suissidioas a que assistiram e verifiquem sua divulgaçam ou falta dela!!!
Eu, perdi 1 amigo assimn, quando fui reconhecer, só da mesma ponte (arrábida) estavam lá mais 6 corpos… ainda não era meio dia!!!
Querem vender o quê??? Banha da cobra?!
Suicídios não estão relacionados com paz ou segurança, mas com outros diversos fatores. Não são divulgados nos media porque são contagiosos. Na minha opinião, pelo mesmo motivo mais coisas não deveriam ser divulgadas, por exemplo, violência doméstica e incêndios florestais.
Mas alguém lê antes de escrever estas notícias? Peaceful não quer dizer seguro. Isto é um índice da paz, não é um índice sobre segurança interna. Os países no topo são países que não estão envolvidos em conflitos militares em lado nenhum. Quando a Rússia invade a Ucrânia, ninguem espera nada da Islândia, ou dos outros no topo. Vai toda a gente pedir ajuda aos EUA.
Caro leitor,
Independentemente de podermos discutir se há diferença entre ter paz e ter segurança ou se é possível termos uma sem ter a outra, e independentemente de o IGP se chamar “Índice Global de Paz”, este índice avalia 23 parâmetros sociais, nas mais variadas vertentes — que incluem, entre outros, níveis de segurança e bem estar social, segurança nas prisões, taxa de criminalidade e de homicídios, intensidade de conflitos internos organizados, número de refugiados e deslocalizados, e o nível de criminalidade violenta.
O IGP não é um índice de segurança interna, é um índice de segurança ponto.
Não consigo responder apropriadamente ao resto do seu comentário, porque confesso que não entendi a sua surpresa em constatar que os países que não estão envolvidos em conflitos são os países mais seguros, nem o que tem a ver a Islândia ser o país mais pacífico do Mundo e ninguém lhe pedir ajuda numa guerra.
Não acredito nesse índice. Como é que Portugal pode ser um país seguro se não se vê um único polícia na rua? Os cidadãos que andem na rua estão entregues à sua sorte. As notícias no JN, no CM e CMTV contrariam toda essa suposta segurança. Em Portugal há criminalidade a dar com um pau. E muito mais haverá com esta onda de imigrantes… Já são mais do que os retornados de 1974-1975!
Caro leitor,
Lamento que as conclusões do índice não se encaixem nas narrativas em que prefere fazer fé, e vou assumir que está a brincar quando diz que “não se vê um único polícia na rua”.
Mas compreendo que, se só lê as notícias dos jornais portugueses que referiu, não possa comparar a “criminalidade a dar com um pau” em Portugal com a que há em Espanha, aqui ao lado (23ª posição), ou em qualquer dos 156 países que estão abaixo de Portugal no índice. Até porque em boa parte desses 156 países nem sequer lhe poderia pedir que estivesse atento às notícias da criminalidade local, porque simplesmente não as há, nem que lá vá fazer uma visita à procura de polícias na rua, porque não seria saudável.
O IGP é o que é: um índice de um Instituto Internacional, que analisa 23 parâmetros objetivos, compilado por investigadores que não devem saber o que é um pastel de nata, que concluíram que nesses 23 parâmetros Portugal está em 7º lugar. Como refiro no texto, o nosso país não tem criminalidade zero: tem um score de 1.372 pontos numa escala de 0 a 10. É menos pacífico e seguro e tem mais criminalidade do que 6 países, é mais pacífico e seguro do que 156.
Cada um acredita no que quer; há quem acredite em índices, relatórios e estudos independentes, e há quem prefira acreditar em lugares comuns, achismos, conclusões de quem mete o dedo no ar para ver de que lado sopra o vento — ou, muito pior, no que quer que seja atirado ao ar por quem tem uma agenda política ou ideológica.
Presumo que seja essa a razão pela qual atirou ao ar que há neste momento “mais emigrantes do que retornados de 1974-1975”. Pode indicar-nos qual é o índice ou relatório em que se baseou para o afirmar, ou simplesmente acredita nisso?