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Ao nível de Barbados, Portugal tem 12ª maior dívida pública do mundo (como tinha antes da bancarrota)

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Rodrigo Antunes / Lusa

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa

Portugal continuava, em 2021, a ser o Estado-membro da União Europeia com o terceiro maior peso da dívida pública, com 127,4% do Produto Interno Bruto (PIB). E se as previsões do Governo se confirmarem para este ano, o país manter-se-á entre os mais endividados do mundo, ao nível dos Barbados, num cenário idêntico ao registado antes da chegada da Troika.

Antes da bancarrota, em 2011, e do pedido de resgate à Troika, Portugal tinha uma dívida pública na ordem dos 100% do PIB que era a 12ª maior do mundo, considerando a dimensão da economia de cada país, segundo um levantamento feito pelo Dinheiro Vivo na base de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mais de 10 anos depois, parece que nada mudou. Portugal continua a ter a 12ª maior dívida pública do mundo, segundo o ranking do FMI consultado pela mesma publicação.

Aliás, a dívida de hoje ainda é maior do que a que havia antes da bancarrota, até devido aos gastos extraordinários motivados pela pandemia de covid-19.

Em 2020, a dívida pública chegou aos 135,2% do PIB, um máximo histórico. No ano passado desceu alguma coisa, mas ainda assim, Portugal ficou-se pela 13ª dívida pública mais alta do mundo.

Para este ano, considerando as contas do FMI, subirá ao 12º lugar, com uma dívida pública de 121,6% do PIB.

A previsão do Governo é de que alcance os 120,7% do PIB em 2022. Se isso se concretizar, Portugal ficará à frente da ilha caribenha de Barbados, sobretudo conhecida por ser a terra natal da cantora Rihanna, mantendo o 13º lugar mundial.

O FMI prevê uma redução do peso da dívida pública portuguesa para os 117,9% em 2023 e para 114% em 2024.

FMI elogia estratégia do Governo português

O director do Departamento Europeu do FMI, Alfred Kammer, elogia o modo como o Governo português pretende reduzir o défice.

É absolutamente apropriado e muito alinhado com o que outros países estão a fazer”, refere o responsável do FMI, no âmbito de uma conferência de imprensa, depois de questionado sobre se a redução do défice prevista pelo Governo português é adequada devido aos impactos da guerra na Ucrânia.

Kammer sublinha que “o que o Governo português está a fazer está consideravelmente alinhado com o que muitos outros Governos estão a fazer”, justificando que existem programas de emergência, implementados para fazer face à pandemia, que estão a ser retirados, o que “explica a redução do défice orçamental em base líquida”.

“Também é resultado do forte crescimento [da economia] que aconteceu e das receitas fiscais que estão a entrar”, acrescenta.

ZAP // Lusa

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15 Comments

  1. Não sei qual é a duvida nem o espanto nesta notícia… votaram PS deram lhes maioria.. desde e sempre que lá estão é só gastar gastar e gastar…não vejo um único investimento valido que benefício o estado a longo prazo!! Vocês povo só vão ver o mal quando já não tiverem nada para dar de comer aos vossos filhos!!! Aguentem!! Sofram nas mãos deles.. mas nunca se esqueçam quem lá os meteram!!

  2. Eheheh, que é do excedente orçamental, a bazuca, e o pais das maravilhas??? O que se paga é uma brutal carga fiscal nos combustíveis, quase 0.40€ mais caros que em Espanha. Com a promoção do perdedor da camara de lisboa a ministro, como em tudo no PS, a politica deve ser promover os piores, não?

  3. Barbados… boa comparação, aliás, excelente. Provavel mente, estamos melhores do que a Venezuela ou a Argentina. Grande gestão governamental, é só gerir dívida colossal que nos enche de orgulho com o 13º dos paupérrimos.

    • Os EUA (11°) e o Japão (2°) – mais endividados – riram-se… a Rússia, Timor e Congo (dos menos endividados), também!…

  4. Pois é…. os magos da economia (e das previsões – que nunca acertam) diziam que, com austeridade “é que era” – vender o país ao desbarato, empobrecer os mais pobres, cortar em quem trabalha, etc; agora parece que o resultado é “ligeiramente” diferente!…

  5. Rebarbados vamos ficar nós outra vez. Eu sou defensor que os cidadãos têm de fazer um teste de cultura social e aptidão de voto. Senão não tem voto na matéria, porque só fazem mer@#, como se tem visto.

    • Não diga isso, porque senão vem aí o Putin para desnazificar… (perdão deSalazificar)….
      Eu diria mais: no tempo da monarquia constitucional votava quem era contribuinte. E portanto, deve votar, na minha opinião, quem cumprir esse duplo critério: pagar impostos e ter um mínimo de literacia…
      Para os democratas e iluminados, posso garantir-vos que é absolutamente crucial: os meus alunos (ensino superior) desconhecem questões tão elementares como: quem é o Ministro das finanças; o que é, quanto é nominalmente e em relação ao PIB a dívida pública; a diferença entre impostos e taxas e para que servem; não fazem ideia que a dívida pública tem um custo em juros, e nem imaginam qual o valor anual (e diário que todos desenbolsamos por conta dela)… Enfim…
      Perante isto é com muita preocupação que vejo o futuro e, portanto, concordo: deveria votar quem tem capacidade para perceber o que está a fazer e quem sente no bolso a consequência dessas opções…
      Mas, isso não é nada democrático. Democracia é uns quantos que trabalham, produzem e se esforçam alimentarem um conjunto de biltres desocupados que se julgam acima da lei, que apenas têm direitos e não obrigações (não sou chegano, mas revejo-me muito neste discurso em particular)….

  6. Assim que o BCE retirar a compra de dívida soberana e subir as taxas de juro, os mercados vão se atirar a nós que nem cães esfomeados, por isso daqui a um ano teremos novamente a presença do FMI. Temos que perceber que, de uma ponta à outra do parlamento, não há ninguém, repito ninguem capaz de governar este País, ou trocamos de democracia ou estamos feitos, pois iremos passar as próximas gerações só a pagar as asneiras desta classe política

    • Mais um génio…
      Os EUA (11°) e o Japão (2°) – mais endividados – riram-se… a Rússia, Timor e Congo (dos menos endividados), também!…

  7. Admiram-se da dívida? Nestes 47 anos de democracia quem é que nos tem levado à bancarrota?
    Estes senhores do Governo só sabem distribuir e principalmente para eles, familiares e amigos. O que aconteceu com o João Leão, Ministro das Finanças, num dia, e no dia seguinte Vice-reitor os ISCTE, para gerir um Fundo concedido pelo próprio Governo a que pertenceu. Nada foi esclarecido pelo Governo, mas é esclarecedor, desculpem o pleonasmo. O mesmo aconteceu com o anterior Ministro das Finanças, Mário Centeno, que num dia é ministro das Finanças e no dia seguinte Governador do Banco de Portugal, com um vencimento superior ao dos homólogos dos Bancos doutros países com muitas maiores responsabilidades. É isto que tem minado a democracia e os partidos. Mas toda a gente aceita e depois admirem-se que venha outra vez a troika.

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