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Porto e mais 25 concelhos cada vez mais perto de recuar no desconfinamento

Alessandro di Marco / EPA

O Governo reúne esta quinta-feira em Conselho de Ministros para avaliar a situação epidemiológica do país e decidir os próximos passos. Mas já se sabe que há 26 concelhos em risco de recuar no desconfinamento.

O Eco avança esta quinta-feira que o Porto e mais 25 concelhos — Alcochete, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Avis, Braga, Castelo de Vide, Faro, Grândola, Lagoa, Lagos, Montijo, Odemira, Palmela, Paredes de Coura, Portimão, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Sardoal, Setúbal, Silves, Sines, Sousel, Torres Vedras, Vila Franca de Xira — podem seguir o rasto da Área Metropolitana de Lisboa, que se encontra na zona “vermelha”.

Se assim for, as regras irão apertar: além de o teletrabalho passar a ser obrigatório, os horários dos estabelecimentos alteram-se. Os espetáculos culturais terão de acabar às 22h30 e o comércio fechar às 21h durante a semana e às 19h ao fim de semana e feriados se for retalho alimentar, se for não alimentar passa para as 15h30.

Quanto à restauração, o número de pessoas por mesa diminui para seis na esplanada e quatro no interior e os horários apertam — fechando às 22h30 durante a semana e às 15h30 ao fim de semana e feriados.

Adicionalmente, os casamentos e batizados passam a ter uma lotação de 25% e as lojas de cidadão têm atendimento presencial apenas por marcação.

Em declarações à TSF, Carlos Antunes, perito da equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que tem acompanhado a evolução da pandemia, acredita ser inevitável o recuo de vários concelhos, já que, há uma semana, o país tinha um incidência de 172,8 novos casos por 100 mil habitantes e agora já chegou a 247,3.

“Todas as regiões estão a subir a sua incidência e algumas a um ritmo muito elevado, nomeadamente no Algarve e na região Norte. E isto, sendo uma média, quer dizer que quase todos os municípios irão subir, também, as suas taxas locais de incidência”, explica o especialista.

Mas é a Norte que o aumento tem sido mais expressivo, alerta Carlos Antunes.

“O Norte tinha há pouco mais de 8 dias cerca de 160 casos diários e esse número passou rapidamente para 550. Nenhuma outra região observou um aumento tão rápido e repentino da incidência, pelo que é normal que todos os concelhos essencialmente em torno da cidade do Porto, mas em geral em toda a região Norte, assistam a uma progressão de forma muito rápida”, prevê.

No início do mês, o Governo alterou os parâmetros que indicam quem recua, ou não, no desconfinamento. Os concelhos de baixa densidade só serão deixados em alerta se excederem os 240 casos por 100 mil habitantes, isto é, o dobro da incidência de 120 casos que se aplicava até aqui (e que se mantém no caso dos concelhos de alta densidade).

Assim, os 21 concelhos em alerta e que podem vir a recuar, se a taxa de incidência continuar acima dos 120 ou 240 casos por 100 mil habitantes, são: Albergaria-a-Velha, Aveiro, Azambuja, Cartaxo, Bombarral, Idanha-a-Nova, Ílhavo, Lourinhã, Matosinhos, Mourão, Nazaré, Óbidos, Salvaterra de Magos, Santo Tirso, Trancoso, Trofa, Vagos, Viana do Alentejo, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia, Viseu.

A acontecer, ficam com as mesmas regras que se aplicam no concelho do porto neste momento, onde o teletrabalho passa a ser obrigatório sempre que as atividades o permitam, a restauração e espetáculos culturais encerram às 22h30 e o comércio às 21h. As lojas do cidadão voltam a ter atendimento presencial, mas apenas por marcação.

“Do ponto de vista matemático não há nenhum fator que esteja a contribuir para inverter a situação de crescimento. Pode atenuar a velocidade de crescimento, algo que está a acontecer, por exemplo, em Lisboa e Vale do Tejo, mas enquanto o Rt (índice de transmissibilidade) estiver em subida não há sequer sinal de quando possa ocorrer o pico desta vaga epidémica”, conclui Carlos Antunes.

ZAP //

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