Porto 2-0 Estoril Praia | Dragão faz a festa com pouco “fogo”

O campeão fez a festa. Já com o campeonato conquistado, o Porto recebeu o Estoril Praia, na jornada de fecho desta Liga Bwin, e venceu sem contestação, embora sem o brilho e o fogo de outros jogos.

Um autogolo de Joãozinho e um tento de Fernando Andrade fizeram a história de uma partida em que Sérgio Conceição deu a alguns jogadores a possibilidade de, também eles, se sagrarem campeões nacionais – Rúben Semedo, Fernando Andrade e Francisco Meixedo.

O Porto somou 91 pontos, novo recorde.

A festa do “dragão” não teve a companhia desejada do bom futebol neste derradeiro jogo dos novos campeões nacionais na Liga Bwin 2021/22. Esperava-se alegria, energia, golos, ocasiões, mas não tivemos nada disso na etapa inicial.

É certo que o Porto foi melhor em tudo (menos nas faltas cometidas, embora seja de elogiar o total de apenas sete nesta fase), teve quase sempre a bola, rematou mais e criou mais perigo, perante “canarinhos” inofensivos, mas a inspiração atacante e a intensidade estiveram ausentes.

Assim não espanta o nulo ao intervalo, os Expected Goals (xG) baixos e a pouca emoção. O melhor nesta fase foi Otávio, com um GoalPoint Rating de 6.5, fruto de incríveis seis passes para finalização (das oito dos portistas) em apenas 45 minutos, bem como dois cruzamentos de bola corrida eficazes em três.

O segundo tempo começou praticamente com o lance decisivo da partida, o tento do Porto, num momento de infelicidade de Joãozinho, que fez autogolo aos 48 minutos. Um lance que colocou justiça no marcador.

Os “azuis-e-brancos” continuaram a mandar no jogo, em ritmo pausado, os estorilistas continuaram encolhidos, quase sempre no seu meio-campo, e o desfecho parecia mais do que óbvio.

As jogadas de ataque portista (e também as poucas visitantes) nesta etapa complementar levaram mais perigo junto das duas balizas e Fernando Andrade, que entrou a tempo de se sagrar campeão nacional, fez o 2-0 final, após passe de Fábio Vieira e num lance em que o guarda-redes Thiago pareceu mal batido.

Fim de festa no Dragão.

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Melhor em Campo

Que partida de Otávio – mais uma, diga-se. O jogo era o último do campeonato, mas o portista não quis saber e deu tudo, inclusive igualando um máximo da época.

Melhor em campo no jogo da festa, registou um GoalPoint Rating de 7.8 e o destaque vai inteirinho para os oito passes para finalização que somou, seis deles na primeira parte, igualando o registo mais alto de 2021/22.

O internacional luso nem precisou de ter acção directa nos golos, mas criou uma ocasião flagrante, além de ter tido sucesso em três de quatro cruzamentos de bola corrida.

Destaques do Porto

Zaidu 6.3 – O herói portista da vitória na Luz voltou a estar em bom plano. O lateral pode até ter somado apenas quatro acções defensivas, mas tal deveu-se à pouca presença estorilista em situações de ataque, e ainda somou um corte decisivo. Fez também seis recuperações de posse (um dos máximos) e acertou 41 de 44 passes.

Fábio Vieira 6.3 – Excelente a assistência para o golo de Fernando Andrade, no único passe para finalização que realizou. Fábio fez três remates, dois de fora da área, e sofreu duas faltas em zona de perigo.

Mbemba 6.1 – Não complicou e terminou o jogo com quatro alívios e 50 passes certos em 54 (93% de eficácia).

Evanilson 5.9 – Um remate ao ferro e uma ocasião flagrante foram os momentos altos do atacante nos momentos de finalização, mas Evanilson esteve muito bem no drible, tendo completado todas as quatro tentativas (máximo).

Francisco Conceição 5.9 – Entrou para jogar a última meia-hora e abanou com o jogo, tendo mesmo estado perto de marcar no fim. Terminou com dois remates, ambos enquadrados, completou todos os dez passes tentados e dois de quatro dribles.

Grujić 5.7 – O sérvio é médio-defensivo, mas não foi por isso que deixou de ser o mais rematador da partida, a par de Taremi, com cinco disparos, embora nenhum com boa direcção. Destaque para quatro desarmes realizados, seis acções com bola na área contrária, quatro duelos aéreos ofensivos ganhos em cinco, bem como 11 passes aproximativos (máximo) e 93% de eficácia de passe (51 em 55). Os cinco dribles consentidos estragam-lhe a nota.

Pepê 5.7 – Jogo discreto do brasileiro, desta feita a extremo, ainda assim teve êxito em dois de três cruzamentos de bola corrida e fez dois passes super aproximativos.

João Mário 5.5 – O lateral teve pouco trabalho defensivo, mas ainda assim contabilizou três desarmes. Na frente fez nove cruzamentos, um só eficaz.

Pepe 5.5 – O veterano central saiu para receber uma estrondosa ovação dos adeptos portistas, bem perto do fim. Antes disso empregou, sem precisar de grande esforço, a sua habitual solidez e liderança, terminando com dois desarmes, quatro recuperações de posse e 90% de eficácia de passe. Nota afectada pelos cinco maus controlos de bola.

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Vitinha 5.4 – Um dos raros jogos discretos de Vitinha, que fez três remates, todos de fora da área, só um enquadrado. Ainda assim, destaque para as 91 acções com bola (máximo), as quatro variações de flanco e a qualidade no passe, com 61 certos em 66 (91%), nove passes longos certos em 11 e nove aproximativos.

Taremi 5.3 – O iraniano fez os tais cinco remates e acertou uma vez no ferro, tendo desperdiçado uma ocasião flagrante. Foi o jogador com mais acções com bola na área contrária (9).

Cláudio Ramos 5.2 – O guardião sagrou-se campeão num jogo em que não teve muito trabalho, limitando-se a realizar uma defesa.

Destaques do Estoril Praia

Ferraresi 6.6 – Belíssimo jogo do central, melhor dos estorilistas, com destaque para seis desarmes e nove alívios (ambos máximos), mas também três dribles certos em três tentados. Ganhou dois dos três duelos aéreos defensivos em que participou.

André Franco 6.1 – A qualidade do médio é inegável e voltou a mostrá-lo nesta partida, apesar das dificuldades colectivas do Estoril Praia. André fez um passe para finalização, completou nove de dez passes, as duas tentativas de drible, fez uma condução super aproximativa e três intercepções.

Gamboa 5.4 – O médio-defensivo sentiu algumas dificuldades para travar os seus adversários, mas ainda assim somou três desarmes.

Resumo

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