Pela primeira vez, cientistas chineses criaram pequenos leitões com órgãos que continham células de macaco. Os animais acabaram por morrer todos no espaço de uma semana.
Os investigadores travam uma longa batalha para vir a desenvolver órgãos humanos dentro dos corpos de outros animais, mas este é um longo caminho a percorrer. Uma equipa de cientistas chineses começou a fazer experiências com porcos e macacos, criando porcos com células de macaco em alguns dos seus órgãos.
Esta foi a primeira vez que cientistas conseguiram este feito, mas não com o desfecho desejado. Os leitões acabaram por morrer no espaço de uma semana após terem nascido, noticia o Gizmodo.
O objetivo final dos cientistas é desenvolver órgãos humanos dentro de porcos, pelo que, nesta primeira fase de testes, as células de macaco são as ideais, já que são as mais próximas às nossas. Uma inovação deste tipo significaria um enorme avanço na medicina, colmatando pela falta de órgãos doados.
Os resultados desta investigação foram publicados, no final do mês passado, na revista científica Protein & Cell.
Em 2017, cientistas criaram a primeira quimera: um híbrido de humano e porco. Numa primeira fase, a equipa de cientistas começou por introduzir células estaminais humanas em embriões de um porco num estágio inicial de desenvolvimento, permitindo-lhes criar cerca de 2.000 híbridos, que depois foram introduzidos no corpo de uma porca.
Estes embriões permaneceram em gestação durante 28 dias, período que corresponde ao primeiro trimestre de gestação destes animais, tendo sido extraído o feto de 186 deles, terminando assim o processo.
A diferença nesta nova experiência é que os leitões acabaram por nascer, ao contrário dos porcos do estudo de 2017. Ainda assim, há progressos a fazer até que esta prática se torne sustentável e segura, já que os suínos morreram pouco tempo depois.
Além disso, o processo foi frustrante, já que dos 4.000 embriões de quimera implantados, apenas 10 acabaram por nascer.