Por que é que as vacas podem revolucionar a luta contra o cancro?

ZAP // Pixabay

Um nutriente encontrado na carne vermelha e no leite de vaca e ovelha revelou resultados animadores na luta contra vários tipos de cancro.

Um estudo publicado recentemente, na Nature, descobriu que o ácido trans-vaccénico (TVA) – um ácido gordo encontrado na carne e leite de vacas e ovelha – pode ser eficaz no combate contra vários tipos de cancro, ao ativar células imunitárias.

Em testes laboratoriais, o composto em questão demonstrou ser capaz de promover a destruição de células cancerígenas em animais.

A equipa de investigação notou que o TVA é particularmente potente na ativação de células T CD8+ – essenciais na resposta do corpo ao cancro.

O líder do estudo, Jing Chen, da Universidade de Chicago (EUA), explicou que os humanos decompõem cerca de 20% do TVA, sugerindo que os restantes 80% podem ter uma função imunitária.

Resultados promissores

A investigação revelou que o TVA ativa a atividade imune anti-tumoral em células de melanoma de ratos; e que ratos com melanoma ou cancro do cólon alimentados com uma dieta enriquecida com TVA apresentaram um crescimento tumoral significativamente reduzido.

Na análise de pessoas com linfoma, descobriu-se que aquelas com níveis mais elevados de TVA no sangue respondiam melhor aos tratamentos de imunoterapia.

Além disso, o ácido melhorou significativamente a eficácia de um medicamento de imunoterapia para matar células de leucemia.

“Os resultados demonstram a função surpreendentemente importante do TVA na imunidade. Ver que um único nutriente como o TVA tem uma resposta fisiológica tão profunda ao nível do organismo inteiro é incrível”, enalteceu Jing Chen, citado pela New Scientist.

Contudo, o líder da investigação aponta cuidados ter no consumo excessivo de carne ou laticínios, devido aos riscos associados à ingestão de carne vermelha, desreguladamente, sugerindo que suplementos com nutrientes bioativos enriquecidos podem ser mais eficientes do que consumir alimentos que contenham estes nutrientes.

Miguel Esteves, ZAP //

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