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Populações cada vez sujeitas mais a situações sem socorro

Miguel A. Lopes / Lusa

O investigador Xavier Viegas, perito do Centro de Estudos de Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, afirma que as populações devem estar organizadas e saber o que fazer caso os bombeiros não consigam prestar auxílio.

O investigador Xavier Viegas disse este sábado que as populações têm de se capacitar que cada vez mais vão enfrentar situações em que não vão ser socorridas e defendeu que têm de se organizar.

“As populações têm que se capacitar que, se calhar, cada vez mais, vão ter situações em que não vão ser socorridas. Os bombeiros não chegam lá, não chegam lá a tempo. Têm de estar organizadas”, afirmou.

O director do Centro de Estudos de Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, que falava numa conferência sobre a contribuição da ciência para o problema dos incêndios florestais, em Proença-a-Nova, sublinhou a necessidade de organização das populações para dizer que “ou fogem antes do fogo chegar e retiram as pessoas ou ficam“.

“A nossa experiência como investigadores é que as casas em que há gente são casas que têm mais probabilidade de não arder“, frisou.

FCTUC / Facebook

Domingos Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Questionado pela assistência sobre a ausência de limpeza junto às estradas, sobretudo no caso de Pedrógão Grande, o perito diz que quando interrogaram a concessionária sobre o assunto, esta respondeu que só eram obrigados a fazer esse tipo de trabalhos, de acordo com a lei, onde o plano municipal de defesa da floresta indica.

“Isso está na lei. Como devem saber, o concelho de Pedrógão Grande não tem plano. A entidade concessionária invoca isto. Depois de arder, limparam tudo. É este tipo de condicionalismos em que estamos”, concluiu.

Em novembro, o investigador, que coordenou a equipa que produziu o relatório sobre o incêndio de Pedrógão Grande, deu ao Governo um mês para revelar o “capítulo secreto” do relatório, e a semana passada anunciou que, apesar do parecer contrário da CNPD, vai revelar os dados do capítulo 6 do documento que não foram tornados públicos.

ZAP // Lusa

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