A capital francesa regista um intenso episódio de poluição atmosférica invernal, o pior dos últimos dez anos, que obrigou as autoridades a impor a circulação alternada aos automobilistas.
Dores de cabeça, desconforto ocular, atividades escolares ao ar livre proibidas durante aquele que é o pico de poluição invernal mais intenso e longo em pelo menos uma década, de acordo com a associação parisiense de monitorização da qualidade do ar.
Este pico deve-se a um aumento das emissões de partículas, relacionadas com aquecimentos que usam lenha e tráfego automóvel, conjugados com condições meteorológicas favoráveis à sua manutenção junto ao solo, como pouco vento e contraste de temperaturas, explicou a Airparif.
O alerta para a poluição por partículas, a partir de 80 microgramas por metro cúbico de partículas finas no ar, foi ultrapassado há uma semana em Paris.
O pico de poluição atinge também outras regiões, nomeadamente, o vale do Ródano e a capital regional de Lyon (centro-leste).
Para resolver a situação, as autoridades impuseram a circulação alternada em Paris, um dispositivo excecional usado apenas quatro vezes em 20 anos na capital francesa.
Desde o dia 6 que, em Paris, só circulam metade dos veículos, alternando as matrículas pares com as Ímpares. Os transportes públicos são gratuitos.
Caso não cumpram a medida excecional, os condutores terão de pagar uma multa de 35€ – valor que cai para 22€ se a coima for paga na hora.
Em 1997 e em 2014, a capital francesa também impôs esta determinação, segundo a qual os condutores só podem tirar o carro da garagem dia sim, dia não.
A cidade de Lyon também vai estabelecer, pela primeira vez, a circulação alternada de veículos entre as 5h00 e a meia-noite.
As partículas finas são particularmente nocivas para a saúde, podendo estar na origem de cancros, asma, alergias, doenças respiratórias ou cardiovasculares.
ZAP / Lusa