“Em política não pode valer tudo”. PSD reage ao vídeo de António Costa sobre a prisão perpétua e a transigência de Rio

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PSD / Flickr

José Silvano, secretário-geral do PSD

Polémica surge no mesmo dia em que o PS publicou um vídeo, no qual o secretário-geral do partido destaca o caráter humanista do país e aponta a necessidade de uma posição intransigente contra o populismo. 

Passadas as celebrações de Natal e de Ano Novo, o clima na política portuguesa é já de campanha eleitoral, em grande parte devido aos primeiros debates eleitorais onde os candidatos a primeiro-ministro esgrimem argumentos. Ao longo das últimas horas, PSD e PS envolveram-se numa troca de acusações relacionadas com o tópico da prisão perpétua, que surgiu durante o debate entre Rui Rio e André Ventura.

Durante a discussão, o líder dos sociais-democratas não rejeitou de imediato a totalidade medida – considerada por Ventura como crucial para o seu partido – preferindo esclarecer as diferenças entre três tipos de modelos de prisão perpétua existentes e mostrando-se disponível para considerar o chamado modelo alemão, à luz do qual um condenado a perpétua pode ver a sua pena revista passados 15 anos de prisão. Para Rui Rio esta é uma “prisão perpétua mitigada”.

Esta opção do líder do PSD motivou críticas do PS. Num vídeo enviado às redações e divulgado nas redes sociais, António Costa pode ser visto a emitir duras considerações sobre a posição de Rio, dizendo que esta se deve a “conveniência ou necessidade eleitoral”. O primeiro-ministro afirma ainda que “os valores do humanismo que inspiram a nossa sociedade não são transacionáveis”, pelo que, “em circunstância alguma, podemos ceder nos princípios ou nos valores”, isto porque “o combate ao populismo exige linhas vermelhas inultrapassáveis”.

A mensagem do também secretário-geral do PS acaba com uma crítica direta a Rui Rio: “Um político responsável tem sempre os seus princípios e os nossos valores ao centro.”

Perante esta resposta, o PSD não se deixou ficar, com José Silvano, secretário-geral do PSD a acusar António Costa de deturpar as palavras de Rui Rio para tentar “enganar os portugueses, colocando na sua boca o que nunca disse”.

“O secretário-geral do Partido Socialista veio reagir de forma inédita, em período de campanha eleitoral, ao debate realizado esta segunda-feira entre Rui Rio e André Ventura, deturpando as afirmações do presidente do PSD, numa clara tentativa de enganar os portugueses, colocando na sua boca o que nunca disse”, reagiu o responsável social-democrata. José Silvano criticou não só as declarações de António Costa, mas também as de José Luís Carneiro, a qual classificou de “enganadora e no mesmo sentido”.

“O PSD entende que esta técnica de deturpação não contribui em nada para dignificar o debate político, não esclarece os portugueses e pode levar a uma campanha de desinformação, que certamente irá penalizar os partidos políticos e o país nas eleições de 30 de janeiro. Assim, o PSD quer deixar um sério aviso à continuação deste tipo de prática política.”

Finalmente, José Silvano apela aos restantes partidos – “e, em particular, ao PS” – que para “se mantenha a serenidade e se faça uma campanha séria, esclarecedora e em torno das ideias que cada um defende para o país, sobretudo numa altura delicada de crise económica, social e sanitária”.

ZAP //

1 Comment

  1. A perpétua fica muito cara aos portugueses. Muito dinheiro gasto em comida , em água, em lavandaria, em electricidade, em entretenimento, em detergentes , e sabe-se lá que mais……..melhor tentar reintegrar, os criminosos antes que eles virem criminosos.

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