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“Cabrita, o que é isto?” Polícias invadiram escadarias da Assembleia da República em protesto

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António Pedro Santos / Lusa

Na noite desta quinta-feira, milhares de polícias estiveram em protesto em frente à Assembleia da República. Barreiras derrubadas, jogo do empurra entre polícias e momentos de verdadeira tensão, mas tudo acabou por terminar sem danos.

Os polícias e agentes que esta quinta-feira se manifestam em Lisboa chegaram à Assembleia da República por volta das 19h45, sendo esperados por um forte aparato policial. De acordo com a organização, participam no protesto cerca de cinco mil elementos das forças e serviços de segurança sobretudo da PSP e da GNR.

Os polícias percorreram as ruas entre a Praça do Comércio e a Assembleia da República, gritando várias palavras de ordem como “Cabrita o que é isto? Um país seguro e os polícias nisto”, “Oh Costa, basta de empurrar, a segurança não se faz a brincar”, “Polícias Unidos Jamais serão Vencidos”, pediram várias vezes a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e cantaram o hino nacional.

A verdade é que se viveram momentos de grande tensão, tendo havido barreiras derrubadas e trocas de insultos e empurrões entre polícias em protesto e as unidades do corpo de intervenção, colocadas em três linhas de defesa. A situação acalmou, segundo o Observador, com o reforço das equipas de segurança e a desmobilização fez-se pacificamente.

Na Assembleia da República estava montado um forte dispositivo policial por elementos da Unidade Especial da Polícia (UEP) tendo sido colocado um gradeamento à volta do edifício. Fonte policial disse à Lusa que foram destacados para o protesto elementos do corpo de intervenção de Faro, Porto e Lisboa.

Ainda assim, enquanto algumas dezenas iam abandonando o local e a organização desmontava o palco improvisados, os manifestantes da linha da frente iam forçando a subida da escadaria da Assembleia da República. Houve lugar para empurrões, que chegaram para deitar alguns manifestantes ao chão, e a gritos de “Invasão! Invasão!“.

Segundo o diário, a carrinha da organização deixou o local e o palanque foi totalmente desmontando, um sinal não anunciado que serviu para incentivar os manifestantes a desmobilizar. Os da linha da frente perceberam que estavam a perder força e sentaram-se nos degraus da escadaria, numa espécie de protesto pacífico.

Os organizadores do protesto – Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança – querem entregar ao presidente da Assembleia da República uma moção onde explicam o seu desagrado por várias políticas do governo, nomeadamente a falta de efetivos e de investimento, o  desbloqueamento das carreiras, a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas e o reconhecimento da profissão de desgaste rápido.

A CCP é constituída pelos sindicatos e associações do setor, como ASPP/PSP, a APG/GNR, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, o sindicato dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e os profissionais da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. Eu pergunto: Depois de os sindicatos terem dado ordem para desmobilizar, e não havendo ninguém já na Assembleia da República os atrasados mentais queriam ir lá para dentro fazer exactamente o que?? Acham que é com este tipo de actuação primata que se resolvem os problemas? Não me parece.. Parabens por passarem uma bela imagem da vossa disciplina ao povo..

    • Quase de certeza que o objetivo era entrincheirarem-se no interior do Parlamento para darem mais relevo ao seu protesto ou pedirem até uma negociação para sairem.

  2. Num estado que pretendemos de direito, as vítimas têm que ter os seus direitos respeitados pelas forças de segurança cujo trabalho é pago pelo erário público. Como cidadãos temos de exigir que esse direito, que é um princípio da organização democrática, seja plenamente respeitado. Esta atitude ridícula e arbitrária das forças policiais, para além de ser uma provocação infantil, mostra uma profunda falta de respeito, talvez por desconhecimento, pelos princípios por que nos devemos reger e representa uma violação do compromisso de protecção cvil que estas forças devem assumir.
    Estes agemtes devem ser punidos disciplinarmente de forma exemplar e só a cobardia política o poderá evitar.
    Se não, o que é feito da democracia?

    • Condená-los todos ? Então aí é que seria lindo – um país sem polícia. A gatunagem aparecia toda pelos grandes centro urbanos. Era uma balbúrdia de consequências imprevisíveis. Cuidado com o fogo. A coisa pode vir a aquecer nos próximos tempos. Oxalá me engane.

  3. Se fossem uns Portugueses com fome a manifestarem-se junto ao parlamento, eram corridos ao pontapé e cacetada até ao Tejo. Mas como são polícias, até podem subir a escadaria. Portugal no seu melhor

  4. Há uma boa forma de fazer GREVE,
    Não passem MULTAS, a não ser em situações muito gravíssimas, por exemplo, Contra Mão, Embriagado,etc

  5. Já percebi, o que os homens estavam era convencidos de haver cabrito no interior da Assembleia, como se aproxima o Natal e o dito está pela hora da morte, nada como aproveitar a ocasião, até se costuma dizer que a ocasião faz o ladrão.

  6. Quem são estes comentadores? É o grupo dos anónimos?
    Mas já agora tbm pergunto. Polícias pra quê? A democracia não precisa disso, precisa é de gentes do oriente, que já se andam a instalar.
    Quero ver quem vem depois aqui cavar postas de pescada.
    João Luís

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