A polícia de Hong Kong anunciou hoje o fim do bloqueio a um campus universitário, que cercou durante 12 dias para travar manifestações contra o Governo, onde diz ter encontrado milhares de bombas incendiárias e armas.
Segundo as autoridades, foram encontradas quase 4.000 bombas incendiárias deixadas pelos manifestantes, que há cerca de duas semanas entraram em confronto com a polícia de intervenção nas ruas circundantes.
A polícia cercou durante quase duas semanas a Universidade Politécnica, tendo recorrido a balas de borracha, granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água para conter os manifestantes, que responderam com bombas incendiárias de fabrico caseiro, tijolos e flechas.
Na quinta-feira, depois de centenas de detenções e do abandono do campus por alguns estudantes, cerca de 100 polícias entraram, pela primeira vez, no campus para recolher provas e remover objetos perigosos.
Em comunicado, a polícia indicou que, durante dois dias de buscas, apreendeu 3.989 bombas incendiárias, 1.339 outros objetos explosivos, 601 garrafas de líquidos corrosivos e 573 armas.
As autoridades indicaram que detiveram ao longo dos dias de cerco 810 pessoas dentro do campus e identificaram 300 outras, menores, que podem vir a ser acusados posteriormente. Outras 567 pessoas foram detidas nas imediações da universidade.
Um responsável da universidade considerou que serão necessários cinco a seis meses para reparar os danos no campus.
A Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), localizada na Península de Kowloon, foi palco em 16 e 17 de novembro do mais longo confronto entre polícias e manifestantes radicais desde o início da mobilização pró-democracia em junho.
Hoje, ativistas pró-democracia apelaram a uma grande manifestação no domingo e a uma greve na segunda-feira com o objetivo de perturbar os transportes públicos.
“Se o Governo comunista de Hong Kong ignorar a opinião pública, haverá cinco ou seis dias seguidos de uma eclosão generalizada… Temos que estabelecer um prazo”, pode ler-se no ‘site’ de fórum LIHKG.
A “eclosão generalizada” é o nome dado pelos manifestantes ao seu novo ‘modus operandi’ adotado em novembro, que consiste em realizar ações de pequena escala para testar forças policiais e paralisar o tráfego.
// Lusa