Esta quarta-feira, a polícia britânica divulgou o nome de dois homens suspeitos de terem sido os autores do ataque ao antigo espião russo Sergei Skripal e à sua filha Yulia.
Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, os dois suspeitos identificados pela polícia britânica, têm nacionalidade russa. E de acordo com a Scotland Yard, existem “provas suficientes” para condenar ambos.
Segundo explica o Público, os dois suspeitos terão chegado ao aeroporto Gatwick a 2 de março e ficaram instalados no hotel City Stay, em Londres. No dia 4 desse mês, viajaram até à cidade onde aconteceu o ataque com o agente nervoso.
O Novichok, desenvolvido nas décadas de 70 e 80 na União Soviética, é composto por um conjunto de químicos, todos eles com composições ligeiramente distintas e altamente tóxicos. Em suma, é uma das armas químicas mais poderosas alguma vez criadas.
Apesar de não terem revelado os nomes, no passado mês de agosto os detetives da Scotland Yard diziam estar seguros de terem identificado os responsáveis pelo ataque, que aconteceu no dia 4 de março deste ano, em Salisbury.
As autoridades adiantaram que, para já, ainda não vão pedir a extradição dos dois suspeitos a Moscovo porque a constituição russa não permite a extradição dos seus próprios nacionais e porque recusou pedidos de extradição em situações anteriores.
No entanto, avança o Observador, a Unidade de Polícia de Contra-Terrorismo, responsável pela investigação ao ataque, adiantou em comunicado que as autoridades obtiveram um mandado de detenção europeu.
Isto significa que, “se um dos homens viajar para um país onde o mandado de detenção europeu for válido, ele será preso e será extraditado para responder a essas acusações, para as quais não há prazo de prescrição”.
Skripal e a sua filha foram hospitalizados durante várias semanas e acabaram por ter alta, na sequência do ataque com o agente nervoso. O envenenamento do ex-espião russo desencadeou uma crise diplomática entre Londres e Moscovo, pois o governo britânico decidiu expulsar vários diplomatas russos, medida igualmente seguida pela Rússia.
Apesar de o Reino Unido ter acusado a Rússia do envenenamento dos Skripal, o Kremlin tem negado qualquer responsabilidade pelo ataque.