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Polícia australiana admite ter feito espionagem a jornalistas

sskennel / Flickr

Quatro anos depois de ter sido aprovada uma reforma relativa ao direito de privacidade, a polícia da Austrália admitiu ter feito espionagem a jornalistas.

A polícia australiana admitiu, esta terça-feira, ter feito espionagem a jornalistas entre julho de 2017 e junho de 2018, depois de há quatro anos ter sido aprovada uma polémica reforma relativa ao direito de privacidade dos cidadãos.

De acordo com documentos publicados por vários meios de comunicação locais, as autoridades utilizaram em 58 ocasiões os metadados recolhidos de dois jornalistas durante o período mencionado.

As forças de segurança admitiram que investigaram estes dois jornalistas e que obtiveram legalmente o acesso a informações dos jornalistas, que não foram identificados, adiantou a televisão estatal ABC.

Em 2015, através de uma reforma legislativa, passou a ser obrigatório as empresas de telecomunicações manterem, durante dois anos, registos de chamadas telefónicas e endereços IP, entre outros metadados dos utilizadores.

Os principais meios de comunicação australianos denunciaram que esses registos são um ataque contra a liberdade de imprensa e exigem que eles terminem.

A revelação da espionagem aos jornalistas acontece num momento de tensão entre os media e as autoridades australianas. Em junho, a polícia realizou uma busca de oito horas na sede da ABC como resultado da divulgação de documentos secretos ligados a supostos excessos dos militares enviados ao Afeganistão.

A Austrália também tem desde 2014 uma série de leis que criminalizam a divulgação de informações ligadas aos interesses do Estado, criminalizam novos crimes de espionagem e permitem o acesso aos metadados dos cidadãos.

ZAP // Lusa

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