Polícia admite envenenamento na morte de mãe e filho em Coimbra

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Daniel Tiago / Skyscrapercity

Hospital Central Distrital / Hospital Universitário de Coimbra

Miocardite que provocou as mortes afasta o cenário de intoxicação alimentar acidental. Um laboratório estrangeiro já está a analisar material biológico das vítimas.

As autoridades estão ainda a investigar a causa da morte de uma mãe e do seu filho que deram entrada no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), com sintomas de intoxicação alimentar após um jantar de família.

Ambos entraram com o pai, que tinha os mesmos sintomas, mas o menor de 7 anos morreu dois dias depois. A mãe também acabaria por não resistir e faleceu, esta terça-feira.

De momento, ainda estão em aberto todas as hipóteses, mas uma intoxicação alimentar acidental já não é a mais plausível.

Foi uma miocardite — infeção provocada por toxinas e medicamentos que afeta o coração — que provocou ambas as mortes.

A confirmação desta patologia cardíaca parece afastar o cenário de intoxicação alimentar, e já foram enviadas amostras do material biológico das vítimas mortais e do pai e filho mais velho — que também deu entrada no hospital de Coimbra — para análise em laboratório estrangeiro, avança o Público esta quinta-feira.

Se as análises vierem a confirmar que foi de facto uma substância química que esteve na origem da tragédia, será a Polícia Judiciária (PJ), encarregue da investigação, a apurar quando é que esta foi digerida e se foi administrada por acidente ou engano.

Para a investigação, as autoridades não podem contar com os testemunhos das duas vítimas mortais: a mãe estava num estado clínico demasiado instável, com “prognóstico clínico muito reservado”, e o seu filho mais novo morreu apenas 48 horas depois de chegar ao hospital.

Segundo Amândio Martins, avô das crianças, tanto os pais quanto o filho mais novo apresentaram alterações cardíacas, algo que é raro nos casos de intoxicações alimentares. No entanto, o cardiologista Rui Baptista explica que “o coração pode ser sensível a determinadas toxinas” que se podem acumular na carne picada, especialmente se não conservada apropriadamente.

As almôndegas suspeitas

A família começou a ter sintomas como vómitos e fraqueza no dia 7, após terem consumido almôndegas feitas com carne picada comprada num supermercado local.

Em comunicado, o Departamento de Saúde Pública da ARS Centro revela que “foram colhidas amostras biológicas dos doentes em ambiente hospitalar para investigação da causa de intoxicação”.

“No âmbito da investigação epidemiológica, foram feitas visitas ao domicílio pela Unidade de Saúde Pública, com recolha de amostras alimentares (refeição suspeita e outros produtos consumidos em contexto familiar) e biológicas. Estes produtos foram encaminhados para os laboratórios de referência para pesquisa de agentes químicos e biológicos”, revela.

Em análise estão principalmente as almôndegas consumidas na noite de dia 7, bem como amostras de água da rede pública e detergentes.

Até o momento, não foram identificados mais casos de intoxicação na comunidade. A equipa de Saúde Pública está a analisar os sintomas e o início dos mesmos para identificar a fonte da contaminação e averiguar se se trata de um caso isolado ou de um problema de saúde pública mais amplo.

ZAP //

1 Comment

  1. Ouvi na Tv que a mãe era eng.ª Bioquimica . Vai-se a ver e ainda está relacionado . Problemas familiares ou outros . Não sendo intoxicação alimentar sobram poucas hipoteses suicidio ou assassinio são duas delas . vamos a ver.

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