Poder militar da Rússia é “bizarro”

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Russos colocaram na Ucrânia as suas melhores tropas mas não planearam muito bem esta ofensiva militar.

Quando o exército da Rússia chegou à Ucrânia no dia 24 de Fevereiro, a opinião generalizada foi: os russos vão vencer os ucranianos muito rapidamente. Comparando o poder militar dos dois países, essa conclusão era quase óbvia. Mas não é isso que está a acontecer.

Têm surgido imagens que mostram que os russos não estão assim tão fortes: equipamentos ultrapassados, falta de planeamento, derrotas no terreno, resistência dos adversários.

Paulo Batista Ramos, professor de Relações Internacionais, falou na rádio Observador sobre este tema. Indicou que a Rússia colocou na Ucrânia as suas tropas de elite e o melhor armamento disponível; e contratou mercenários, tropas de países aliados, para estarem na frente da batalha, com o objectivo de ter uma maior eficiência no combate, mas também para intimidar os ucranianos.

Mas as tropas de elite russas são tropas de topo? “Depende. Estamos a comparar com os Estados Unidos da América? Estamos a comparar com as forças armadas europeias? Ou estamos a comparar com as forças armadas ucranianas?”, questionou o especialista.

São as melhores tropas que a Rússia tem. Mas se a opinião pública estava à espera de ver algo diferente… O que estamos a ver neste conflito não é o que vimos no Iraque e no Afeganistão, em intervenções dos EUA. Estamos a ver material um pouco bizarro, para não dizer obsoleto ou desadequado. Estamos a ver militares que parecem não estar preparados para a missão, estamos a ver falta de liderança e ainda falta de adaptação dos russos às condições no terreno”, descreveu.

E tudo isto parece “um pouco bizarro”, acrescentou Paulo, que acredita que o planeamento dos generais e dos estrategas russos não foi o mais adequado: “Não mediram muito bem todas as consequências desta ofensiva, não projectaram todos os cenários. E a resistência ucraniana foi uma surpresa para todos”.

Questionado sobre um eventual bluff de Putin e seus ajudantes, há duas perspectivas. Primeira, a Rússia “está a fazer bluff há mais de 10 anos, através de estratégias de intimidação e de ciberataques”.

Segunda, esta é a primeira vez que estamos a ver o poder militar russo a operar e “parece que não está a corresponder às expectativas dos próprios russos e ao seu excesso de confiança”.

Resumindo: “Não há bluff. Há arrogância. E essa arrogância está a mostrar as fraquezas do poder russo”.

Neste cenário, o moral das tropas russas não estará muito elevado: “Não conseguimos medir o moral, mas temos muita dificuldade em encontrar imagens positivas da propaganda do lado russo. Nem nos órgãos de comunicação social controlados pelo Kremlin, vemos imagens que transmitam o mínimo de eficiência e de capacidade das tropas russas”.

Paulo Batista Ramos abordou também os problemas logísticos do lado russo, nomeadamente no abastecimento: “Vemos soldados russos que, depois de derrotados, são alimentados pela população ucraniana“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

21 Comments

  1. Bom, e concerteza há outro problema sério, nesta Guerra.
    Os Russos são os piores guerreiros do mundo.
    Conseguem bombardear, destruir uma Maternidade, um hospital, sei lá, um retiro de velhinhos, creio que desarmados, e não fazer nem um morto??????
    Que raio de jornalismo temos??????
    Até o ataque a uma cidade, reduzida a cinzas e escombros, com um morto?????
    Bons são os Israelitas.
    Vão lá buscá-los e a guerra acaba num instante

    • Que exagero! Em Mariupol, só num dia encontram 1200 cadáveres nas ruas que foram enterrados em vala comum sem identificar os mortos.

      • Encontraram? Os mesmos que falam dos soldados da ilha que se “sacrificaram”?
        Mas na realidade foram extraídos sem qualquer mazela

        Tem Fontes (credíveis) desses 1200 cadáveres ??
        Já vi vídeos de pessoas a fingirem-se de mortas

      • O quê? Está a falar daquele feito por questões climáticas e que foi “distribuído” nas redes sociais como sendo uma falsidade ucraniana? Olhe, você anda atrasado pois esse vídeo já foi desmentido há muito! Também vi o dito filme, inclusive, no seu todo até se vê nele a equipa técnica. Era mesmo um vídeo de uma organização ambientalista e não de sobre mortos ucranianos. Também vi outros onde se via corpos inertes nas ruas e outros desfeitos outro, qye passou nos canais de tv no qual se via que depositavam corpos em valas comuns e, esses não se mexiam… foram enterrados.

      • Já agora, tenho um cunhado ucraniano, e ele quando fala com a família no país diz que a sua cidade praticamente desapareceu, as pessoas fugiram, mas os russos insistem em bombardear todos os imóveis. A ideia é mesmo destruir a Ucrânia. Se não reparou nisso, anda mesmo distraído.

      • Miguel, o Polígrafo já provou que esse video foi manipulado, é FAKE. Você deve ter um conhecimento tipo WHATSAPP, se é que percebe onde quero chegar.

      • 😀 … converteram-se! Até porque só cria polémica e tem interesse ser contra algo que esteja na ribalta… com as vacinas, o Covid (felizmente) está a deixar de estar.

  2. Os Ucranianos estão a dar um exemplo de um povo que acredita em si e no seu pais. Muitos morreram e vão morrer nesta guerra, mas para alguns ucranianos vale a pena o ultimo sacrificio pelo seu pais. Não sei so outros fariam o mesmo. Uma liderança exemplar. Claro que contra a Russia não deveriam ter hipoteses e a derrota é certa ( será mesmo?) . Fica o exemplo para o mundo. Se o presidente for sobrevivendo a resistência será forte e organizada, se a Russia conseguir assassina-lo será pior, resta saber se vão continuar a lutar , se terão sucessores à altura. Uma guerra de resistência trará muitas baixas para o exercito invasor, bem mais que na conquista. Vamos ver se os russos estão tal como os ucranianos a dar a vida por aquele território. Porém existe uma diferença uns defendem a sua terra e a dos seus atepassados, outros estão às ordens de um louco.

  3. Este chorrilho de disparates nem merece comentário. Esperemos mais duas ou três semanas e depois já podemos gozar à vontade com estes “peritos”.

  4. Qualquer das maneiras a Rússia é já uma perdedora em várias frentes, por atacar injustificadamente um país pacífico e militarmente muito mais fraco, por atacar indiscriminadamente, populações indefesas, hospitais e toda a espécie de abrigo onde um ser humano possa procurar proteção, por praticar uma guerra que, na prática, tem como objetivo destruir tudo à sua volta sem deixar meios de sobrevivência, depois sem sequer olharem para o futuro e ao contrário da propaganda deles, acabam por criar quer na Ucrânia, quer noutros países vizinhos um ambiente de desconfiança e raiva que jamais se apagará, para além de ficarem vistos como criminosos perante os olhares mundiais e de países livres onde a opinião não seja manipulada por ditaduras onde nem sequer o pensamento parece ser livre!

    • Putin esteve quietinho na era Trump porque este fazia o trabalho para Putin, queria acabar com a NATO, se tivesse ganho as eleições tinha acabado e declarou que não lhe interessava a União Europeia. Trump era um admirador de autocracias.

  5. Boa tarde!
    O que tenho para dizer que esta guerra é de um psicopata alucinado que resolveu destruir um País as vidas que quem lá viviam .
    Eu realmente não entendi o que Putin quer a Ucrânia ? ou somente matar e destruir tudo e todos o certo é que a Nato e a ONU estão quietinhas a ver o que o lunático faz ! Haja Paz exitem tantos deslocados desta guerra filhos sem pai e mãe o que será que cada jovem e criança e até os bebés que vieram ao mundo neste clima de horror.

    A.C.

    • Subscrevo as suas palavras.
      Aquele povo é um mártire de um doido varrido e todo o mundo tem medo do “Filho da Putin”

  6. Duas notas muito rápidas:

    1. O ‘poder’ militar da Rússia é baseado em boa parte em número de equipamento disponível, arsenal nuclear e bazófia pura e dura. Não quero com isto dizer que a Rússia não é uma potencia militar. É! Não há dúvida! Digo apenas que não é bem o que diz ser nem o que o ocidente acredita que é. Acho que eles têm inflacionado o seu poder militar e nós acreditamos.

    2. Quanto à resistência Ucraniana: A realidade pura e dura é que a Rússia não está realmente ‘em guerra’ com a Ucrânia. Quando digo ‘em guerra’, refiro-me a guerra aberta e total com o objetivo único de obliterar o inimigo e fazer com que se renda o mais rapidamente possível. O que está a acontecer na Ucrânia é gravíssimo. É uma agressão barbara a um pais vizinho que podia e devia ter sido parada por todos nós, mas não é ‘guerra’. Com o devido respeito pela Ucrânia e pelas vitimas, o que se está a passar é uma versão light de guerra e é isso que tem permitido aos Ucranianos resistir.

    • Não tenho a certeza, mas desde o início pareceu-me que a ideia é deixar os não-putinianos fugir, tentar preservar os edifícios, e re-popular a região com colonos “fiéis”. Isso está a demorar demasiado, daí agora os edifícios serem opcionais. Onde dantes se lia “judeu”, passar a ler-se “ucraniano”, onde dantes se lia “império romano”, passar a ler-se “império russo”.

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