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Combater a pobreza energética até 2040 custa 384 milhões por ano

António Cotrim / Lusa

Pela primeira vez, o Governo sabe quanto seria preciso investir para combater a pobreza energética até 2040: 7.671 milhões de euros  – o equivalente a 384 milhões de euros por ano.

De acordo com o jornal Público, esta conclusão faz parte da Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE), um dos instrumentos de política de energia e clima que Portugal tem de apresentar à Comissão Europeia, e foram calculadas por um grupo de trabalho criado pelo Governo, composto por elementos da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGGE), da Agência para a Energia (Adene) e do Instituto Superior Técnico (IST).

Segundo a ELPRE, seriam necessário 7.671 milhões até 2040 – equivalente a 384 milhões de euros por ano – para serem gastos no isolamento térmico de fachadas e coberturas e da substituição de vãos envidraçados por caixilhos de PVC com vidro duplo.

“A ELPRE analisa as necessidades energéticas e o conforto térmico do parque de edifícios em Portugal, assim como o seu potencial impacto em termos de co-benefícios [por exemplo, menores despesas com a saúde e maior produtividade, por menos faltas por doença] e impacto económico”, explicou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em declarações ao Público. “O modelo de simulação assume que 100% do parque de edifícios existentes em 2018 seria reabilitado até 2050” e descreve “o que será necessário fazer para alcançar esse objetivo”.

O Governo considera que as poupanças em aquisição de energia permitirão um retorno do investimento de 112 mil milhões de euros nos edifícios residenciais “ao fim de 30 anos”.

De acordo com o mesmo jornal, estimam-se que haja atualmente cerca de dois milhões de portugueses a viver em situação de precariedade energética.

A nível europeu, a ELPRE prevê a necessidade de investimentos totais de 144 mil milhões de euros (dos quais 110 mil milhões para habitações) na “transformação rentável dos edifícios existentes em edifícios com necessidades quase nulas de energia” até 2050.

ZAP //

 

 

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