O pó de diamante pode ser uma solução para as alterações climáticas, mas a um custo muito elevado — um plano inovador custa 200 biliões de dólares.
Não é uma abordagem propriamente convencional, mas está a ser explorada pelos cientistas porque pode, em teoria, ajudar a reduzir as temperaturas globais.
Ejetar partículas de diamante para a atmosfera é a ideia central de um estudo de geoengenharia, publicado a 7 de outubro na Geophysical Research Letters.
A proposta sugere a libertação de 5 milhões de toneladas de pó de diamante no ar, que poderia reduzir as temperaturas em 1,6°C — algo que seria fundamental para o futuro da Terra, dado que o mundo provavelmente já ultrapassou o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.
O método, conhecido como injeção de aerossol estratosférico (SAI), visa introduzir partículas na estratosfera — a segunda camada da atmosfera — para refletir a luz solar e arrefecer a Terra, explica o Phys.org.
Tradicionalmente, são utilizadas partículas de enxofre para este fim, mas o facto de poderem desencadear o aquecimento da estratosfera em vez do seu arrefecimento tem preocupado os investigadores.
Assim, em busca de melhores alternativas, os cientistas criaram um modelo climático 3D para simular a forma como vários materiais, incluindo dióxido de enxofre, alumínio, calcite, carboneto de silício e diamante, se comportam na atmosfera.
Analisaram fatores como a eficácia com que cada material reflete o calor, o tempo que permanece na atmosfera e se as partículas se aglomeram, o que poderia contrariar o arrefecimento ao reter o calor.
Os resultados mostraram que o pó de diamante foi superior a outros materiais, incluindo o dióxido de enxofre, na reflexão da radiação solar durante um período de simulação de 45 anos. Mas há um problema: o custo elevado desta operação.
Os investigadores estimam que a utilização anual de 5 milhões de toneladas de partículas de diamante custaria cerca de 200 biliões de dólares até ao final do século. Para comparação, o PIB global total era de 105,44 biliões de dólares em 2023.
Além dos elevados custos, os investigadores notaram que as partículas sólidas, como o pó de diamante, podem aglomerar-se na atmosfera e reduzir a sua eficácia. O dióxido de enxofre, que não é sólido, foi o único material testado que evita este problema.
Ainda bem que o que vemos quase diariamente no céu são só rastos de condensação …
Ideia completamente parva. Imaginem o que o pó de diamante pode fazer aos pulmões.