Orbán quer criar novo grupo no Parlamento Europeu com italianos e polacos

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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán

O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, está a negociar a criação de um novo grupo no Parlamento Europeu (PE) com formações de extrema-direita italianas e polacas, após ter abandonado o Partido Popular Europeu (PPE).

“Falámos com os polacos, com o grande amigo da Hungria, o senhor [Matteo] Salvini [do partido Liga], falamos com a presidência de outro partido italiano de direita, a senhora [Giorgia] Meloni [do partido Irmãos por Itália]”, disse esta sexta-feira o primeiro-ministro húngaro na rádio pública Kossuth, citada pela agência Lusa.

“O importante é que haja na Europa uma casa política para os que pensam como nós. É preciso trabalhar para isso e eu penso que uma corrente política como esta seria uma força política importante para a Europa”, opinou.

O primeiro-ministro não especificou se a formação polaca a que se referia é o partido governamental Lei e Justiça (PiS), que mantém boas relações com o Fidesz húngaro.

Tanto o PiS como o Irmãos por Itália fazem parte do grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus – a que pertence o partido espanhol de extrema direita Vox -, e que quinta-feira demonstrou solidariedade com o Fidesz pela decisão “hostil” do PPE de modificar o regulamento interno para poder expulsar o partido de Orbán.

A Liga de Salvini pertence ao Identidade e Democracia, o grupo do PE onde estão também, entre outros, o partido de extrema-direita da francesa Marine Le Pen e os ultras do AfD da Alemanha e do FPO da Áustria.

O Fidesz, que governa a Hungria com maioria absoluta desde 2010, abandonou na quarta-feira o grupo PPE, pouco depois de a formação europeia aprovar uma mudança de estatutos para facilitar a expulsão do partido húngaro, suspenso há dois anos por violação aos seus valores.

Orbán afirmou na quinta-feira que os populares europeus são um “apêndice da esquerda” e anunciou a criação de um novo grupo político de direita para os eleitores europeus que rejeitam a emigração, o multiculturalismo e que “não submergiram na loucura LGBTQ”.

O ultranacionalista húngaro deixou entender esta sexta-feira que, após sair do grupo no PE, também vai abandonar o PPE. “Falei demoradamente com o novo presidente da CDU [Alemanha] nos últimos dias. Seguramente, vai decorrer outra negociação mas, até ao momento, devo dizer que os nossos caminhos se separaram”, acrescentou.

// Lusa

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