Planear o funeral em vida é uma prática cada vez mais comum

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Há, ainda, quem veja a morte como um tabu… mas outros conseguem encará-la com naturalidade. Organizar e deixar para o próprio funeral é uma prática cada vez mais comum – e tem as suas vantagens.

Há cada vez mais pessoas a planear o próprio funeral em vida.

Ao Jornal de Notícias, João Calheiros, de 87 anos, contou o seu processo de já ter o próprio funeral planeado e pago: “Eu só queria um funeral igual ao da minha mulher”.

Tem três filhos e seis netos, mas prefere poupá-los do encargo de preparar uma cerimónia fúnebre: “É menos um encargo com que eles ficam. E, assim, aquilo que eu gosto é aquilo que vai ser”.

Da mesma maneira que planeou o da mulher, há sete anos, planeou também o seu.

Paulo Carreira, diretor geral de negócios da cadeia de agências funerárias Servilusa, confirma a nova tendência e refere que, geralmente, quem deixa o funeral já preparado, antes de morrer, pretende, precisamente, poupar a família quer a nível financeiro quer a nível espiritual.

“As pessoas podem comprar [o funeral] com preços controlados, e podem, em consciência, decidir a organização e poupar os familiares dessas decisões”, disse.

Também ao JN, o presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), explicou que, nas últimas décadas, tem havido uma mudança nos rituais. No entanto, acrescentou Carlos Almeida, “a esmagadora maioria das pessoas ainda se sente desconfortável em planear antecipadamente os serviços”.

Mas o octogenário João Calheiros simplificou e decidiu resolver a questão, enquanto pode: “Agora tenho saúde mas não sei o que vai ser daqui para a frente. À velhice já não escapo. Que seja quando Deus quiser”.

ZAP //

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