PJ foi afastada do caso do hidrogénio (e “não é muito legal”)

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Tiago Petinga / Lusa

O secretário de Estado da Energia, João Galamba.

O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público afastou a Polícia Judiciária (PJ) das investigações em torno do chamado caso do hidrogénio que envolvem suspeitas contra o ministro da Economia, Siza Vieira, e o secretário de Estado da Energia, João Galamba. “Uma solução que não é muito legal”, segundo fonte policial.

A notícia é avançada pela revista Sábado e destacada pelo Expresso. A decisão terá sido do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e terá causado indignação na PJ, já que seria da sua competência investigar o caso.

“O MP pode não exercer essas competências se fizer a investigação por mão própria. Teoricamente, fá-lo por mão própria, mas, na prática, tem lá uma ou duas entidades para lhe darem apoio. É uma solução que não é muito legal“, destaca uma fonte policial referindo-se ao que está estipulado na Lei de Organização da Investigação Criminal.

Quando se quer aplicar a lei mas não se cumpre a lei, perde-se alguma legitimidade e geram-se dúvidas”, aponta a mesma fonte da PJ.

Mas este não é o primeiro caso que envolve eventuais crimes de corrupção económica a ser retirado à competência da PJ pelo DCIAP. Já aconteceu o mesmo com as operações Marquês e Furacão, o que “tem sido um contributo para a desorganização do sistema”, considera a dita fonte.

As investigações em torno do processo do hidrogénio estão a ser feitas pelo DCIAP e pela Autoridade Tributária, conforme nota o Expresso.

Siza Vieira e João Galamba são suspeitos por, alegadamente, terem favorecido determinadas empresas no âmbito do processo de selecção das candidaturas que vão integrar a proposta portuguesa a apresentar a Bruxelas, para obter apoios comunitários.

O MP suspeita em particular que terá sido beneficiado o consórcio H2Sines que é formado por EDP, Galp, REN, Martifer e Vestas.

No âmbito das suspeitas, noticiou-se que Siza Vieira e João Galamba foram colocados sob escuta pelo MP. Mas esta entidade assegura que o ministro não foi alvo de tal procedimento, não se pronunciando quanto ao Secretário de Estado, o que insinua que este terá sido mesmo alvo de escutas.

Siza Vieira já avançou com uma queixa-crime por “denúncia caluniosa” no âmbito do inquérito.

Galamba refutou as suspeitas, considerando que “não há qualquer concurso público, adjudicação directa ou financiamento assegurado ou atribuído, ou qualquer decisão final tomada, pelo que, objectivamente, não poderia ter sido praticado qualquer acto que consubstancie favorecimento, tráfico de influências ou corrupção”.

ZAP //

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15 Comments

  1. Sempre que a UE tem verbas destinadas a promover a economia aparece um projeto megalómano para encher os bolsos a ladrões de colarinho branco, o dinheiro que Portugal vai receber deve ser integralmente gasto no apoio à economia e ás famílias. Sr Costa não queira ficar na história como o Sócrates II

  2. Em minha modesta opinião todos são corruptos até prova em contrário, pois se a Autoridade Tributária não utiliza a presunção de inocência, apesar de de ter em seu poder 2 acórdãos judiciais como INOCENTE e ainda penhora o salário em 1/3, porquê que eu um simples cidadão não hei-de duvidar de quem que seja’

      • Nestes casos só é cego quem não quer ver como as coisas vão funcionando por cá, quem governa agora é que terá que responder pelas suas ações, que também haja peças iguais noutros partidos, lá disso também não me restam dúvidas, mas esbarramos sempre no mesmo problema, falta de justiça, ou “justiça” que tomba sempre para o lado mais forte, dinheiro.

  3. Este era melhor prende-lo já, que assim ia cumprindo a pena e não fazia tantas falcatruas. Este gajito tem as lâmpadas de corrupto todas acesas, parece uma árvore de Natal.

  4. Continuo sem perceber por que razão se perde tempo a investigar o Galambadas. Esta criatura não carece de nenhuma investigação. É prendê-lo e está feita justiça.

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