O diretor da Polícia Judiciária admitiu que existem dois apartamentos preparados para alojar ex-terroristas arrependidos que queiram colaborar com as investigações das autoridades nacionais.
O diretor nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, admitiu esta quinta-feira, no congresso desta manhã da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), que a PJ tem dois apartamentos, na sua sede em Lisboa, para alojar pessoas que tenham deixado organizações terroristas e queiram colaborar.
Almeida Rodrigues fez uma retrospeção do que foi o trabalho da PJ nas últimas décadas, no que diz respeito à prevenção e ao combate ao terrorismo, recordando o “sucesso das investigações” na eliminação de grupos como as brigadas Revolucionárias, na década de 70, ou as FP 25, nos anos 80.
Embora a Polícia Judiciária não estivesse apetrechada com meios materiais e humanos como está atualmente, conseguiu “dar uma resposta exemplar“, frisou. No que diz respeito ao terrorismo, Almeida Rodrigues explicou como procede a Judiciária à investigação e exploração de fragilidades de grupos como o Daesh.
“São organizações autocráticas, nas quais as questões internas são tratadas sem direitos de contraditório, que acabam muitas vezes em execuções sumárias de membros e onde há muito medo de infiltrações das polícias. É aqui que entramos, tal como fizemos das FP-25″, disse citado pelo Diário de Notícias.
Quando destacou a importância dos testemunhos dos “arrependidos” para as investigações, Almeida Rodrigues anunciou que “na sede da PJ estão preparados dois apartamentos para este arrependidos poderem ficar instalados em segurança até que o programa de proteção de testemunhas possa ser ativado”.
Segundo o DN, estes apartamentos ainda não tiveram inquilinos.
Para sustentar a atenção especial que a Polícia Judiciária dá ao terrorismo, Almeida Rodrigues revelou ainda um despacho que coloca estes casos em prioridade em relação a crimes de corrupção, no que a toca a unidades de vigilância.
Com a presença da secretária de Estado da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, no Congresso, o diretor nacional da PJ aproveitou para lembrar a “necessidade de rejuvenescimento dos quadros da PJ”. Segundo o responsável, “nos últimos nove anos entraram só 326 novos inspetores.