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Com Pizarro e Carneiro na calha para o Porto, Costa pode ter de desempatar

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Hugo Delgado / Lusa

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, pode-se ver obrigado a escolher o candidato do PS à Câmara Municipal do Porto.

As estruturas locais parecem alinhadas no apoio a Manuel Pizarro, mas o secretário-geral adjunto José Luís Carneiro já informou Costa do seu interesse em ser candidato.

O interesse de Carneiro não é novo, segundo o jornal Público, mas tinha afrouxado perante as resistências do PS-Porto. No entanto, agora, decidiu avançar para disputar a presidência da segunda autarquia do país.

João Pedro Matos Fernandes está fora de cena e, numa sondagem interna, o ex-autarca de Baião, José Luís Carneiro, terá ganho “em credibilidade”, com Manuel Pizarro a ganhar em “notorie­dade”.

“O quadro de fundo é este: Rui Moreira será virtual vencedor, quem for candidato tem poucas probabilidades de vitória, mas terá um percurso para daqui a quatro anos ter perspetiva de vitória. E só há um nome pela positiva, que é José Luís Carneiro: tem um discurso ao centro, é ouvido, é jovem, muito bem aceite na sociedade. Não vejo mais ninguém no partido“, disse o deputado socialista Fernando Jesus.

Fonte socialista disse ao matutino que Costa terá “desaconselhado” a candidatura dos dois, dada a relação que têm um com o outro, e não afasta um terceiro nome fora do aparelho do partido.

Pizarro garantiu que “não há bloqueio nenhum” na escolha do candidato socialista: “O PS não tem nenhuma angústia em relação à escolha do seu candidato para o Porto. O PS nunca desistiu do Porto e nunca deixou de apresentar uma candidatura que representa um projeto para a cidade que nós acreditamos ser o melhor para os portuenses”.

“As eleições autárquicas estão transformadas num trauma para o PSD, mas para o PS esse drama não existe, é um processo com o qual estamos a lidar tranquilamente”, acrescentou Manuel Pizarro em declarações ao Público.

O PS já encomendou uma sondagem e, neste momento, há quatro nomes equacionados: Manuel Pizarro, Tiago Barbosa Ribeiro, José Luís Carneiro e Maria Rosário Gamboa.

Enquanto o líder da concelhia do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, já tinha sido falado, Maria Rosário Gamboa, coordenadora do grupo parlamentar socialista na Comissão de Cultura e Comunicação, e número dois da lista de deputados do PS no Porto, é novidade.

Luís Nobre é o candidato em Viana do Castelo

A comissão política concelhia do PS de Viana do Castelo aprovou, “por unanimidade e aclamação”, Luís Nobre como candidato do partido à Câmara Municipal de Viana do Castelo nas eleições autárquicas deste ano, foi anunciado no domingo.

Em comunicado, esta concelhia socialista elogia “a experiência autárquica de 27 anos” de Luís Nobre, que é atualmente vereador com a pasta do urbanismo na câmara de Viana do Castelo, liderada desde 2009 pelo socialista José Maria Costa.

“Acreditamos ser a pessoa que reúne condições de liderança, com experiência, de reconhecida condição humanista, conhecedor profundo da realidade do concelho e das suas instituições, fruindo ainda de reconhecimento junto de todos os setores da sociedade vianense”, refere a moção levada à votação na reunião de sábado.

Formado em Arquitetura e Urbanismo e com uma pós-gradução em Direito das Autarquias Locais e Urbanismo, Luís Nobre, 49 anos, é vereador da Câmara de Viana do Castelo há 16 anos, tendo exercido ainda funções como autarca de freguesia durante outros 11 anos, indica o comunicado.

“Aceito este desafio, certo [de] que a política se faz de pessoas para pessoas. Devemos renovar a confiança dos vianenses em nós e naquela que será a futura equipa. Contamos com todas as instituições e todos os vianenses para este projeto”, afirmou Luís Nobre, após aprovada a sua nomeação, citado no comunicado.

A comissão política concelhia do PS é liderada por Luís Nobre desde 2018 e assume que se vivem “momentos de grande complexidade e desafios”, com uma “inesperada pandemia” que colocou à prova os limites “e exige o melhor de todos”, sendo necessárias “respostas inovadoras, amplamente abrangentes e estruturalmente concertadas”.

“Compete-nos credibilizar o exercício autárquico, evitando o voto em programas/projetos políticos afastados dos mais elementares valores da nossa sociedade e da democracia, garantindo e destacando a cidadania e a urbanidade, num processo de devolução da esperança aos nossos concidadãos, exigindo, no entanto, avaliações rigorosas ao desempenho dos futuros eleitos, escolhendo por e para isso os melhores e os mais bem preparados”, lê-se na moção aprovada, também citada no comunicado.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo é liderada desde 2009 (três mandatos) pelo socialista José Maria Costa.

O atual presidente entrou para a Câmara de Viana do Castelo como adjunto, em 1994, durante o primeiro mandato do anterior presidente, o também socialista Defensor Moura. Tinha então 33 anos. Quatro anos depois assumiu as funções de vereador do Ambiente, que manteve até 2009, ano em que foi eleito presidente da autarquia vianense.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

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