EPA/Russian National Anti-Terrorist Committee

Ponte da Crimeia
A ideia do Kremlin de construir ou reparar quase 1000 km de estradas não será apenas para melhorar a vida dos residentes locais.
A Rússia está a levar a cabo uma ampla campanha de infraestruturas na Crimeia, com planos para construir ou reparar mais de 1.000 quilómetros de estradas nos próximos 5 anos.
Oficialmente, a ideia é haver desenvolvimento civil, melhorar a vida dos residentes locais. Mas o objetivo real será outro.
Especialistas e autoridades ucranianas alertam no Meduza que o verdadeiro objetivo é reforçar a logística militar e facilitar a extração ilegal de recursos naturais noutras regiões ocupadas da Ucrânia.
Desde o início da guerra, em 2022, o tráfego intenso de veículos militares russos deteriorou gravemente as estradas da Crimeia.
Por isso, as autoridades nomeadas pelo Kremlin intensificaram significativamente os esforços de construção. Só em 2024, foram construídos mais de 118 km de novas estradas e reparados mais de 688 km, sobretudo em rotas cruciais para comboios militares, como o corredor Simferopol–Kherson.
Há planos para renovar centenas de quilómetros adicionais de infraestruturas de transporte. A visão a longo prazo inclui quase 1.000 km de trabalhos em toda a Crimeia — uma escala que, segundo analistas, é incompatível com as necessidades civis durante um conflito armado.
Um aspeto crítico: o cascalho granítico utilizado nestes projetos está a ser extraído da região ocupada de Zaporizhzhia, o que reforça as suspeitas de que a campanha russa de construção rodoviária está ligada a objetivos mais amplos de reforço militar e exploração económica.
Sergey Aksyonov, o chefe da Crimeia nomeado pelo Kremlin, afirmou que esta medida visa aumentar a durabilidade das estradas, mas as autoridades ucranianas sublinham a sua função estratégica.
“A guerra começou na Crimeia e deve terminar na Crimeia”, afirmou Eskender Bariiev, do Centro de Recursos Tártaros da Crimeia. “Estas estradas servem a mobilidade militar — transporte de armas, soldados feridos e reforço de posições, especialmente em terrenos difíceis.”
Os serviços de informação britânicos corroboram esta perspetiva, afirmando que as ligações de transporte melhoradas estão a permitir à Rússia extrair e movimentar de forma mais eficiente recursos minerais e cereais das zonas ocupadas, agravando ainda mais a crise económica da Ucrânia.
Estes materiais são, alegadamente, canalizados através da Crimeia e da ponte de Kerch em direção à Rússia.
Petro Andryushchenko, diretor do Centro de Estudos da Ocupação, descreveu esta operação como “pirataria neocolonial”, apontando para o roubo maciço de minerais em Zaporizhzhia e os planos russos de prospeção geológica noutras áreas ocupadas, incluindo Luhansk e Donetsk. Esta exploração será central para a estratégia russa de legitimar e lucrar com a ocupação.
Guerra na Ucrânia
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24 Junho, 2025 “Pirataria neocolonial” na Crimeia: Rússia faz estradas para transportar armas e recursos roubados
Os Russos de Putin são a pior raça à superfície da Terra, um dia vão ter de ser castigados. Tudo que seja diabólico põem em prática !