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Preço dos pinhões acima de 100 euros atrai crime organizado do “caviar das florestas”

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A baixa produção de pinhões fez o preço aumentar até 140 euros o quilo, atraindo crime organizado que rouba cerca de 25% da produção nacional.

Cerca de 25% da produção nacional de pinhas é roubada todos os anos, estimam as associações de produtores. Só no ano passado, os prejuízos rondaram os 22 milhões de euros.

O pinhão de Portugal é o de melhor qualidade e nesta época das festas natalícias pode atingir preços a rondar os 140 euros o quilo.

O elevado preço deste produto conhecido como “ouro branco” ou “caviar das florestas” tem levado a uma enchente de furtos, que “assume contornos de crime organizado”, explica a UNAC – União da Floresta Mediterrânica, citada pelo Jornal de Notícias.

A UNAC revela que só “no litoral acima de Setúbal 50% da pinha é roubada”. A falta de vigilância em zonas de “pequena propriedade e casas de veraneio e antigos empreendimentos imobiliários” torna-os alvos fáceis para os ladrões.

Como tal, a união, que junta associações de produtores, industriais e investigadores, propõe “ajustes na legislação e na fiscalização”.

“As autoridades, nomeadamente o SEPNA, da GNR, não têm meios para fiscalizar”, desabada António Ferreira, da Associação de Produtores Florestais de Coruche.

Coimas mais graves e a criação de sistemas de alerta e de cruzamento de informação para controlar o circuito das pinhas são algumas das propostas para colocar um travão no aumento da criminalidade no setor.

Desde dezembro até março, os pinhões estão a ser apanhados das árvores, mas só no próximo ano vão chegar às lojas. A pinha verde tem de secar, ser batida, e só então se retira o miolo do pinhão, num processo que demora cerca de meio ano.

Juntamente com dois cúmplices e cinco empresas, um empresário do Montijo criou um esquema de faturas falsas para justificar a compra de centenas de toneladas de pinhas de pinheiro-manso. O JN escreve que, em apenas três anos, transações fictícias de 21 milhões de euros lesaram os cofres do Estado em 1,3 milhões.

Os envolvidos foram recentemente acusados de fraude fiscal qualificada.

ZAP //

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