O piloto do avião da Ethiopian Airline que este domingo se despenhou pouco depois de descolar de Adis Abeba reportou “dificuldades” e pediu para regressar ao aeroporto da capital etíope, disse o presidente-executivo da companhia, Tewolde Gebremariam.
“O piloto reportou à torre de controlo que estava com dificuldades e que queria regressar”, afirmou o presidente-executivo da Ethiopian Airline, numa conferência de imprensa em Adis Abeba sobre o acidente aéreo que matou todas as 157 pessoas de 32 nacionalidades que estavam a bordo do aparelho (149 passageiros e oito tripulantes).
Segundo Tewolde Gebremariam, o piloto do Boeing 737 “teve autorização” para virar e voltar ao aeroporto de Adis Abeba. O responsável referiu que ainda é muito cedo para determinar as causas do acidente que envolveu o Boeing 737-8 Max, um modelo adquirido pela companhia aérea etíope em novembro passado.
De acordo com as informações avançadas, o acidente com o avião Boeing 737-8 MAX terá ocorrido às 08h44, cerca de seis minutos após a descolagem na capital da Etiópia, altura em que o aparelho desapareceu dos radares.
Tewolde Gebremariam, que já se deslocou ao local do acidente, precisou que o aparelho se despenhou numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica a sede da maior base da Força Aérea etíope.
Na mesma conferência de imprensa, o responsável acrescentou mais informações sobre as nacionalidades das vítimas mortais, referindo que dois cidadãos de Espanha, quatro da Eslováquia, dois da Polónia, três da Áustria e três da Suécia também constam da lista.
A primeira lista provisória das nacionalidades divulgada pela Ethiopian Airlines referia que entre as vítimas mortais estavam pessoas do Quénia (32), Canadá (18), Etiópia (9), China (8), Itália (8), Estados Unidos (8), Reino Unido (7), França (7), Egito (6), Holanda (5), Índia (4), Rússia (3), Marrocos (2), Israel (2), Bélgica (1), Uganda (1), Iémen (1), Sudão (1), Togo (1) e da Noruega (1).
Na lista publicada consta ainda uma pessoa com passaporte de Moçambique e quatro com passaportes das Nações Unidas.
“Estamos profundamente tristes e expressamos as nossas mais profundas condolências” às famílias das vítimas, referiu Tewolde Gebremariam, precisando ainda que as autoridades etíopes estão em contacto com as embaixadas dos países afetados pelo acidente.
Contactada pela Lusa, fonte da Secretaria de Estado das Comunidades referiu que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a ocorrência, estando em contacto com as Embaixadas de Portugal na Etiópia e em Nairobi (Quénia).
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, manifestou na sua conta oficial no Twitter “profundas condolências” às famílias das vítimas. O gabinete de Abiy Ahmed informou, entretanto, que o chefe do governo etíope visitou o local do acidente.
O acidente de hoje ocorreu cerca de cinco meses depois de um outro Boeing 737 MAX da companhia Lion Air ter caído na Indonésia cerca de 12 minutos após a descolagem e por causa de falhas técnicas, de acordo com os dados recolhidos de uma das caixas negras do aparelho. O acidente ocorrido em outubro de 2018 provocou a morte de 189 pessoas.
A Ethiopian Airlines é membro da Star Alliance, a mesma que integra a transportadora portuguesa TAP, desde dezembro de 2011 e, de acordo, com o ‘site’ da aliança, trata-se da companhia de bandeira da Etiópia e líder em África.
A Ethiopian Airlines foi fundada em 21 de dezembro de 1945 e a sua rede abrange Europa, América do Norte, América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia, ligando as cidades em todo o mundo.
A transportadora mantém linhas para muitos destinos em África, o que a torna uma empresa popular num continente onde muitas companhias voam apenas dos seus países para destinos fora da África.
O último acidente desta transportadora aérea aconteceu a 25 de janeiro de 2010, quando um Boeing 737-800 caiu no mar Mediterrâneo, pouco tempo depois de ter iniciado a ligação entre Beirute e Adis Abeba. Nesse acidente morreram 90 pessoas.
// Lusa