Depois do título olímpico e do título mundial, Pedro Pichardo também foi campeão europeu de triplo salto. Tiago Pereira oitavo na final.
Pedro Pablo Pichardo foi campeão europeu de triplo salto, pela primeira vez ao ar livre.
Antes da final desta quarta-feira, em Munique, já havia poucas dúvidas em relação ao favoritismo do português – e ainda menos houve logo após o primeiro salto.
Na primeira tentativa, Pichardo atingiu os 17,05 metros. Só essa marca já era suficiente para a medalha de ouro porque o segundo classificado, Andrea Dallavalle conseguiu o máximo de 17,04 metros.
Ao segundo salto, uma grande marca de 17,50 metros. Foi o último salto válido do novo campeão, suficiente para ficar com a medalha de ouro.
A medalha de prata ficou com o italiano Dallavalle e a medalha de bronze segue para França, para Jean-Marc Pontvianne.
O outro português presente nesta final, Tiago Pereira, conseguiu o oitavo lugar, ao saltar 16,60 metros na quarta tentativa.
Pichardo é o rei do triplo salto: campeão olímpico no ano passado, campeão mundial no mês passado e agora campeão europeu. Foi também campeão europeu em pista coberta e já venceu duas edições da Liga Diamante.
Perante tal domínio, qual é o sonho do recordista nacional? “Continuar a conquistar títulos e fazer grandes saltos”, respondeu.
“Estou muito feliz. Isto é resultado de muito trabalho. Há muito trabalho, muita dedicação, cá dentro do meu corpo. E depois parece fácil“, comentou o campeão, na RTP.
Nesta sexta-feira será a vez de Patrícia Mamona tentar ficar com a medalha de ouro, também no triplo salto. Foi a segunda melhor na qualificação, com 14,45 metros.
Portugal ocupa agora o 16.º lugar na tabela de medalhas: duas de ouro (Pichardo e Iuri Leitão) e uma de prata para Auriol Dongmo.
Pichardo tem o record do mundo no corpo, já o demonstrou várias vezes, ainda hoje falhou por muito pouco com um salto nulo. Precisa de um adversário ao seu nível, infelizmente aquele que o pode desafiar e motivar, C. Taylor, não tem passado bem fisicamente, o triplo salto é a mais bela das disciplinas do atletismo, mas exige muito, talvez demasiado, do físico dos atletas. O facto é que Pichardo parece estar muito bem, descontraído, salta facilmente, sem aparente esforço e quem sabe, talvez o record do mundo aconteça quando menos se espere. Esperoque sim, não por ser do Benfica e o demonstrar competindo nos insignificantes campeonatos de Portugal, mas pela pessoa que é, simples, grata, muito acima do latente nazismo daqueles que o reprovam por não ser português de nascença. O facto é indiscutível: Pichardo, nascido em Cuba e português por escolha, é o maior atleta português de sempre, afirmação que não exclui a grandeza de Rosa Mota ou Carlos Lopes. Nem, tão pouco, o dececionante Nelson Évora, grande atleta e pequena pessoa.