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Pessoas mais pobres são vistas como menos suscetíveis à dor

Um novo estudo indica que os indivíduos de classe baixa são estereotipados como insensíveis à dor física, o que pode impactar os seus cuidados médicos.

“As estatísticas de saúde indicam que as pessoas ricas recebem um tratamento mais substancial para a dor do que as pessoas pobres. Neste trabalho, tentamos entender melhor de que forma os estereótipos podem contribuir para as disparidades baseadas no nível socioeconómico na saúde ”, referiu Kevin Summers, autor do estudo.

Durante a pesquisa foram feitas várias experiências onde os investigadores perceberam que as pessoas mais pobres realmente sentiam menos dor.

Os especialistas perceberam que os indivíduos com empregos mal remunerados eram considerados menos sensíveis à dor do que pessoas que tinham trabalhos bem pagos.

O estudo mostra ainda a existência de um mecanismo potencial subjacente a essas perceções tendenciosas de sensibilidade à dor. Presume-se que os indivíduos pobres tenham vivenciado mais dificuldades na vida em comparação com as pessoas ricas, o que, por sua vez, estará associado a perceções reduzidas de sensibilidade à dor.

Ou seja, o estudo indica que as pessoas acreditam que as adversidades “endurecem” os indivíduos de baixo estatuto socioeconómico.

Contudo, as perceções tendenciosas de sensibilidade à dor podem ter consequências a jusante preocupantes. Summers e a sua equipa descobriram que os participantes viam os indivíduos pobres como os que precisavam de menos tratamento para aliviar uma dor causada por vários ferimentos diferentes.

“Os estereótipos sobre o quão difícil tem sido a vida dos indivíduos mais pobres podem ter consequências importantes para as perceções de sensibilidade à dor e, portanto, podem contribuir para resultados díspares no tratamento dos domínios da saúde”, disse Summers.

No entanto, o estudo inclui algumas ressalvas, frisa o PsyPost.

“O trabalho futuro deve examinar se os estereótipos e crenças dos provedores de serviços médicos sobre a relação entre o nível socioeconómico dos pacientes e sua sensibilidade à dor influenciam as decisões de tratamento díspares em um consultório médico”, pode ler-se no estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology.

ZAP //

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