Às vezes nem é mau humor. É só má higiene oral

A arte de ser bem-humorado não é para todos; mas um dos seus segredos está dentro da nossa boca. Quantos mais micróbios melhor… mas lavar os dentes é fundamental!

Um estudo publicado na semana passada na BMC Oral Health revelou uma ligação surpreendente entre a boca e o humor.

A investigação, conduzida por investigadores da Universidade de Nova Iorque, descobriram um indício de depressão no microbioma oral.

Depois dos intestinos, a boca tem a segunda maior coleção de micróbios do corpo humano. Tal como já tinha sido verificado nos intestinos, quanto menor for a diversidade dos micróbios na nossa boca, maior é a tendência para a depressão.

Descobriu-se também que uma má higiene oral, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo reduziam a diversidade do microbioma oral.

Os investigadores efetuaram uma análise de mais de 15.000 adultos norte-americanos com 18 anos ou mais que tinham participado no National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), realizado pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças. Combinaram os dados recolhidos nos questionários preenchidos pelos participantes com a sequenciação de genes efetuada em amostras da sua saliva.

Ainda assim, os investigadores admitem que, embora a ligação entre um microbioma oral menos diversificado e a depressão tenha sido estabelecida por este estudo, não é ainda claro se a depressão afeta comportamentos que diminuem a sua diversidade, ou se a falta de diversidade provoca depressão – ou se há uma combinação dos dois fatores em jogo.

“É possível que o microbioma oral influencie os sintomas depressivos através da inflamação ou de alterações no sistema imunitário”, disse, à New Atlas, a autora correspondente da investigação, Bei Wu.

“Por outro lado, a depressão pode conduzir a alterações, incluindo a ingestão de alimentos, má higiene oral, aumento do consumo de tabaco e álcool, ou a utilização de medicamentos – todos eles com potencial para alterar o microbioma oral. Precisamos de mais investigação para compreender a direção e as vias subjacentes a esta relação”, admitiu.

Wu afirma também que a análise do microbioma oral pode conduzir a novos tratamentos para outras doenças: “Compreender melhor a relação entre o microbiomo oral e a depressão pode não só ajudar-nos a conhecer os mecanismos subjacentes à depressão, mas também contribuir para o desenvolvimento de novos biomarcadores ou tratamentos para os distúrbios do humor”.

ZAP //

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